O presente trabalho tem como objetivo analisar os postulados que fundamentam a ciência social eticamente neutra proposta por Max Weber, a partir da leitura crítica de Leo Strauss. Na primeira sessão procuramos expor os argumentos metodológicos e epistemológicos do cientista social alemão, tais como a objetividade do conhecimento, a “neutralidade axiológica”, a distinção entre fatos e valores e a negação de que, ancorados na razão e na ciência, possamos realizar julgamentos objetivos sobre os valores últimos. Na sessão seguinte, apresentamos a interpretação crítica que o filósofo político Leo Strauss faz sobre as bases da ciência social weberiana e os supostos relativismo e niilismo subjacentes a ela. Nas considerações finais, refletimos sobre a possibilidade, apresentada por Strauss e defendida por Nasser Behnegar, de fundamentar uma ciência social que ultrapasse os limites autoimpostos sem tornar-se dogmática ou submeter-se ao pensamento religioso.