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The narrative of the perpetrator in Brazil: “Memórias quase póstumas de um ex-torturador” and “Memórias de uma guerra suja”
A narrativa do perpetrador no Brasil: Memórias quase póstumas de um ex-torturador e Memórias de uma guerra suja
Registro en:
10.5902/1679849X35733
Autor
Sarmento-Pantoja, Tânia
Institución
Resumen
The category “perpetrator narrative” is proposed here based on the parallel with the category “novel of dictator” or “narrative of dictator”. Thus, in the same way that the novel of the dictator thematizes and gives protagonism to the tyrant, like the paradigmatic El otoño del patriarca and the recent La fiesta del chivo, we suggest the perpetrator narrative as the one that thematizes and gives protagonism to the perpetrator, considering the perpetrator as one who commits a reprehensible act, crime or offense. In the case of the narratives analyzed in this study, we consider the perpetrator as any fiscalizing and punitive agent belonging to the armed wing of the exception regimes. Being an extension of the tyrant, the perpetrator is directly responsible for the operation of the repressive machine: sometimes the police officer who investigates and gathers information about opponents of the regime, sometimes the authority responsible for planning and conducting repressive actions, or the torturer who executes the , disappearances and murders. As a way of understanding the functioning of the perpetrator narrative, we present the analysis of the novel Memórias quase póstumas de um ex-torturador (2006), by João Bosco Maia, and the mediaded testimony Memórias de uma guerra suja (2012) by Rogério Medeiros and Marcelo Netto, based on the testimony of former DOPS delegate Cláudio Guerra. Resumo: A categoria “narrativa do perpetrador” é aqui proposta com base no paralelo com a categoria “romance do ditador” ou “narrativa do ditador”. Desse modo, da mesma forma que o romance do ditador tematiza e confere protagonismo ao tirano, a exemplo do paradigmático El otoño del patriarca e o recente La fiesta del chivo, sugerimos a narrativa do perpetrador como aquela que tematiza e confere protagonismo ao perpetrador, considerando o perpetrador como aquele que comete ato condenável, crime ou delito. No caso das narrativas analisadas neste estudo consideramos o perpetrador como todo agente fiscalizador e punitivo pertencente ao braço armado dos regimes de exceção. Sendo uma extensão do tirano o perpetrador é o responsável direto pelo funcionamento da máquina repressiva: ora o policial que investiga e colhe informações sobre os opositores do regime, ora a autoridade responsável por planejar e conduzir as ações repressivas, ora o torturador que executa as sevícias, os desaparecimentos e os assassinatos. Como forma de compreender o funcionamento da narrativa do perpetrador, apresentamos a análise do romance Memórias quase póstumas de um ex-torturador (2006), de João Bosco Maia, e o testemunho mediado Memórias de uma guerra suja (2012), de Rogério Medeiros e Marcelo Netto, com base nos depoimentos do ex-delegado do DOPS Cláudio Guerra.