Os veículos coletores dos resíduos sólidos urbanos (RSU) acumulam, durante transporte até o local de transbordo, um lixiviado produzido na biodegradação da matéria orgânica presente nos resíduos. Para se manter a qualidade dos serviços de coleta e transporte, os caminhões devem ser devidamente lavados. A higienização requer, para a lavagem de cada veículo, cerca de 400 litros de água, gerando assim um efluente com elevado potencial poluidor e características semelhantes ao lixiviado de aterros sanitários jovens. Neste estudo, se verificou que um tratamento físico-químico a pH 8,0, com 80 mg/L FeCl3 e 12 mg/L PAC (policloreto de alumínio) apresentou melhor custo-benefício obtendo-se elevada remoção de turbidez (90,5%), porém baixa remoção de demanda química de oxigênio (DQO - 16,5 %). A biodegradabilidade anaeróbia bem como o potencial de geração de metano do efluente após o tratamento físico-químico foram avaliados em frascos tipo penicilina com e sem suplementação nutricional. Observou-se que não houve necessidade de adição de macro e micronutrientes, obtendo-se produção específica de metano (PEM) de 150,6 mL CH4 (CNTP)/g DQO removida e 91,8 % de remoção de DQO (DQO final de 169 mg/L). Além disso, as etapas de polimento do efluente proveniente de tratamento biológico anaeróbio envolvendo a desinfecção com hipoclorito de sódio e o tratamento com resinas de troca iônica levou, à exceção do pH e Sólidos Dissolvidos Totais (SDT), ao enquadramento do efluente à Classe 1 da norma de reúso NBR- 13969/97.