Trabalho de conclusão de graduação
A injustiça ambiental tem nome, cor e endereço: uma proposta de sequência didática que promove o pensamento crítico no ensino de química
Autor
Ferreira, Luana Marques
Institución
Resumen
A injustiça ambiental é causada por ações das quais os danos ambientais recaem em
maior peso sobre populações mais vulneráveis socialmente. As discussões sobre o tema
surgiram na efervescência da luta pelos direitos civis da população negra nos Estados
Unidos da América (EUA). Ativistas e estudiosos constataram que essas ações voltadas
a conflitos ambientais eram endereçadas majoritariamente a grupos étnicos
desfavorecidos pela sociedade estadunidense. Foi então que se definiu o conceito de
racismo ambiental como decisões políticas - explicitamente racista ou não - que impactam
regiões ocupadas predominantemente por pessoas de uma etnia específica. Com a
evolução do estudo academicamente nos EUA e ganhando destaque internacional,
intelectuais e ativistas brasileiros começaram a debater sobre este tema no contexto
nacional. Diante de dados que evidenciam numerosos casos de conflitos socioambientais
no Brasil, e sabendo que esta temática ainda é pouco discutida, o presente trabalho
buscou revelar a importância de levar o debate sobre racismo ambiental para a sala de
aula. Portanto, foi proposta uma sequência didática com discussões sobre as
consequências da contaminação química em áreas ocupadas por populações
marginalizadas. Por este prisma, o Ensino de Química com ênfase em Educação
Ambiental Crítica traz uma prática educativa inovadora, tecendo o conjunto Meio
Ambiente, Ensino de Química e Raça.