Trabalho de conclusão de graduação
Extração e caracterização do óleo da amêndoa de sapucaia (Lecythis pisonis)
Autor
Magalhães, Anna Luiza de Castro Carvalho
Institución
Resumen
A sapucaia (Lecythis pisonis) é uma planta da família Lecythidaceae nativa da
Amazônia brasileira. Em 2016 o Brasil exportou cerca de 25 mil toneladas de nozes e
castanhas e a amêndoa da sapucaia está entre os frutos nativos do Brasil que apresentam
potencial promissor para industrialização e exportação. A amêndoa da sapucaia é rica em
lipídeos e contém majoritariamente ácidos graxos de cadeia longa insaturados, em particular o
ácido linoleico (ω - 6) (37%), que é um ácido graxo essencial, e o ácido oleico (ω -9) (49%),
que é importante em processos inflamatórios. Neste trabalho, avaliou-se o efeito do processo
de extração nas propriedades físico-químicas do óleo da amêndoa de sapucaia. O
processamento integrado envolvendo a prensagem a frio, a quente e a extração com um
solvente renovável (etanol) foi adotado para obtenção do óleo de sapucaia. A eficiência do
processo de prensagem a frio foi de 100%. Como esperado, o rendimento global de extração
do óleo foi mais elevado no processo integrado (68%) do que os processos separados de
prensagem a frio (42%) e a quente (40%). Isto ocorre, principalmente, devido à presença de
compostos polares, com caráter funcional, como os fenólicos, transferidos para a fração
lipídica quando se usa o etanol como solvente. Além disso, obteve-se um óleo com baixa
acidez (entre 0,18 e 0,63 mg KOH/g, que são inferiores ao limite máximo permitido de 4 mg
KOH/g), alta estabilidade oxidativa (8 a 8,5 horas), com teor de matéria insaponificável de
0,41 a 0,64% e atividade antioxidante (EC50 entre 21 e 31g/100g DPPH) comparável aos
reportados para castanha do Pará. Os resultados se enquadram dentro dos critérios de
qualidade definidos na RDC 270 de 2005. O óleo da amêndoa de sapucaia, além de ser uma
alternativa ao desmatamento, tem potencial para consumo e comercialização.