Trabalho de conclusão de graduação
Avaliação da atividade interfacial de asfaltenos oriundos de óleo do Pré-sal
Autor
Silva, Luís Cláudio Braga da
Institución
Resumen
Os asfaltenos, conhecidos como surfactantes naturais do petróleo, representam um grande
desafio para a indústria do petróleo devido à sua propensão a se depositar nos tubos, causando
sérios problemas para o processo de recuperação de óleo. Nessa perspectiva, estudar o
comportamento dos asfaltenos é muito importante para os métodos químicos de recuperação
avançada de petróleo (EOR). Tais métodos têm como objetivo diminuir as forças capilares do
reservatório, e os asfaltenos são cruciais para eles pois conseguem se adsorver na interface óleoágua
e alterar as propriedades dessa região, como a tensão interfacial (IFT). Deste modo,
investigar as propriedades interfaciais dos asfaltenos contribui para o desenvolvimento de novas
tecnologias para a EOR, o que é de grande importância para a indústria do petróleo. Por isso,
esse trabalho busca avaliar a atividade interfacial dos asfaltenos oriundos do Pré-sal brasileiro
por meio de ensaios de IFT, a fim de ampliar o entendimento sobre essa complexa fração do
petróleo. Para essa finalidade, os asfaltenos foram extraídos de uma amostra de óleo do Pré-sal
brasileiro usando n-heptano e caracterizados por espectroscopia no infravermelho por
transformada de Fourier (FTIR) e pela medição de tamanho de partícula. As propriedades
interfaciais dos asfaltenos foram avaliadas através de medidas de IFT, pelo método da gota
pendente a 60 ºC, no qual avaliou-se os efeitos da concentração de asfaltenos, salinidade e pH
da fase aquosa. Os testes foram realizados no analisador da forma da gota (Drop shape analyser
- DSA 100 e - KRUSS). O espectro de FTIR dos asfaltenos mostrou a diversidade de grupos
funcionais em sua estrutura, tais como OH, NH2 e anéis aromáticos. Os resultados de tamanho
de partícula mostraram a tendência dos asfaltenos à formação de clusters. Os resultados de IFT
confirmaram a alta atividade interfacial dos asfaltenos em comparação ao sistema modelo. A
IFT das soluções de asfaltenos diminuiu em função do aumento da concentração de asfaltenos,
da salinidade e do pH da fase aquosa. Além disso, constatou-se que os asfaltenos tem mais
afinidade com os íons divalentes (Mg2+) do que com os íons monovalentes (Na+).