Trabalho de conclusão de graduação
Efeitos da tricostatina A, um inibidor de histonas desacetilases, em Angomonas deanei, um tripanosomatídeo com endossimbionte
Registro en:
MORAES, J. R. (2018). Efeitos da tricostatina A, um inibidor de histonas desacetilases, em Angomonas deanei, um tripanosomatídeo com endossimbionte [Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal do Rio de Janeiro]. Repositório Institucional Pantheon.
Autor
Moraes, Júlia Ribeiro
Institución
Resumen
Angomonas deanei é um tripanosomatídeo monoxênico que possui em seu citoplasma uma bactéria simbiótica. Nessa relação mutualística, a divisão da bactéria é controlada pelo hospedeiro durante o ciclo celular e é dependente do citoesqueleto de microtúbulos, de forma que cada célula filha herde apenas um endossimbionte. Histonas Desacetilases (HDACs) são enzimas que catalisam a retirada de radicais acetil (desacetilação) de proteínas tais como histonas e tubulina, podendo influenciar na expressão gênica e no dinamismo do citoesqueleto do tripanosomatídeo. A Tricostatina A (TSA) é um inibidor de HDACs utilizado como agente antitumoral e antiparasitário e, mais recentemente, como agente quimioterápico contra Trypanosoma cruzi. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos da TSA sobre Angomonas deanei, especialmente a fim de investigar se a divisão sincronizada do simbionte com outras estruturas celulares é afetada. Células controle e tratadas com diferentes doses do inibidor por até 60 horas foram então analisadas por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e de Transmissão (MET) e por Contrastação Negativa. A técnica de imunofluorescência usando anticorpo anti-tubulina acetilada foi utilizada para avaliar os efeitos do composto sobre o citoesqueleto do protozoário hospedeiro e sobre o endossimbionte. Além disso, foi analisada a relação entre a proliferação e viabilidade celular e a progressão do ciclo celular. Os resultados mostraram inibição da proliferação, mas não da viabilidade. Alterações morfológicas e ultraestruturais foram observadas em protozoários tratados, como a não segregação do simbionte e alterações no arranjo do citoesqueleto, assim como parada do ciclo celular na fase G1. Concluimos que a inibição da desacetilação afeta a sincronia de divisão do simbionte com o protozoário hospedeiro e que a divisão da bactéria depende do dinamismo dos microtúbulos.