O abuso e o uso indevido de opióides levou a uma epidemia nos Estados Unidos que atualmente está se espalhando pelo mundo, uma vez que o número de overdoses dessas substâncias ainda está aumentando, assim como a disponibilidade dos produtos. A presente monografia visa estudar a epidemia de opióides na ótica da criminologia cultural. Para isso, inicialmente, será apresentada a criminologia cultural e a diferença da metodologia desta vertente criminológica em comparação com a criminologia administrativa. Em seguida, será feita uma breve análise do ópio e seus derivados, traçando o caminho até a proibição junto ao papel da mídia na construção do estereótipo do usuário e do traficante nos Estados Unidos. Após, será apresentado o cenário da epidemia de opióides atual tratando do marketing da industria médico-farmacêutica Purdue Pharma e as suas fases juntamente da nova figura do usuário, versando sobre a dicotomia “medicalização-criminalização” sob o modelo da tríade epidemiológica e das causas concorrentes. Por fim, será abordada a dor, principal aliada no discurso da Purdue Pharma e Jansen Pharmaceuticals, e como a epidemia fez com que fossem pensadas novas formas de tratá-la. Estudando o ambiente da epidemia, o cenário e as próprias substâncias, assim como quais os fatores que a originaram é possível ampliar os horizontes e trocar as lentes ao visualizar este fenômeno social.