Trabalho de conclusão de graduação
Desmatamento em assentamentos rurais na Amazônia brasileira
Registro en:
CARVALHO, Rodrigo Abreu. Desmatamento em assentamentos rurais na Amazônia brasileira. 2021. 57 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Econômicas) - Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.
Autor
Carvalho, Rodrigo Abreu
Institución
Resumen
Este estudo buscou estimar o impacto da criação de novas áreas de assentamentos na taxa de
desmatamento da floresta amazônica no período de 2002 a 2014. Para tanto, foram utilizados
dados georreferenciados de áreas de floresta nativa desmatadas por corte-raso e limites dos
assentamentos, entre outras informações auxiliares. Todas as bases foram preparadas e
analisadas com uso do software livre R. Realizou-se uma investigação prévia com revisão da
literatura e elaboração de estatísticas descritivas dos assentamentos e do desmatamento no
período da análise. Para o exercício principal, utilizamos o método de diferença-em-diferenças
em um modelo de regressão OLS com efeitos fixos de tempo e indivíduo. O modelo foi
pensando em referência a dois dos principais vetores de desmatamento. Regrediu-se a variável
de criação de assentamentos em relação aos incrementos de área desmatada, mediante o uso de
controles de clima (temperatura do ar e precipitação) e controles macroeconômicos de preços
de commodities. Os resultados confirmam que o efeito médio da criação de novos projetos de
assentamentos sobre o desmatamento é positivo e estatisticamente significante ao nível de 5%.
Entretanto, este efeito é heterogêneo, isto é, varia de acordo com as diferentes categorias dos
assentamentos. Portanto, levando em conta as médias das variáveis, o aumento de 1% nos
assentamentos convencionais está associado a um aumento de 0,0163% no desmatamento e o
aumento de 1% nos assentamentos diferenciados está associado a um aumento de 0,0156% no
desmatamento. Também foi verificado um efeito de spillover para os assentamentos
diferenciados. Entretanto, apesar de obter coeficientes estatisticamente significativos com o
modelo, permanecem dúvidas sobre a consistência dos coeficientes, dado que as tendências
entre os grupos de tratamento e controle não eram paralelas. Um aprofundamento desse estudo
é necessário para uma melhor avaliação da dinâmica entre assentamentos e desmatamento na
Amazônia.