Trabalho de conclusão de graduação
Correlação de Domínios Geológicos para a Reconstrução da Porção Central do Gondwana
Autor
Gomes, Igor Vasconcelos
Institución
Resumen
O paleocontinente Gondwana formou-se durante a transição dos Éons Proterozóico e Fanerozóico, com a subducção de várias placas oceânicas e sucessivas colisões entre crátons. Como resultado desses eventos termo-tectônicos formaram-se diversos sistemas orogênicos. A reconstrução do Gondwana depende do encaixe de inúmeros blocos pré-neoproterozoicos ao longo destas faixas móveis e respeitando as feições das margens continentais atuais geradas desde o Cretáceo. No centro do Gondwana, o subcontinente indiano é tido como um dos fragmentos continentais cujas relações com os blocos adjacentes mais apresenta
inconsistências e variações dos modelos de reconstrução ao longo dos anos. Assim, apresenta-se neste trabalho a utilização de piercing points, feições geológicas continentais de escala litosférica, que podem ajudar a reconstituir esta grande massa continental dentro do Gondwana. O estudo abrange domínios do sul do subcontinente indiano, Madagascar, Sri Lanka, leste da Antártica e leste da África, ao longo dos sistemas orogênicos do Leste Africano e de Kuunga. O banco de dados do Projeto Gondwana (UFRJ-PETROBRAS) com a geologia na escala 1:5M foi utilizado para aprimorar a reconstrução deste há 183 Ma, sendo
parte do IGCP-628 “Geological Map of Gondwana and its tectonic evolution”, financiado pela UNESCO e PETROBRAS. Os piercing points entre os blocos que hoje estão separados por até 7.000 Km são reconhecidos como: (a) estruturas de deformação subverticais (zonas de cisalhamento, falhas); (b) contatos entre terrenos geológicos distintos (zonas de sutura, transição crátons-faixas moveis, etc); (c) derrames vulcânicos pré- a sin-ruptura do Gondwana; (d) terrenos com evolução crustal distinta; (e) terrenos com proveniências distintas (dados de zircão detríticos). Através da compilação, análise e comparação destes
parâmetros e acréscimo de alguns dados offshore (i.e.: fraturas e anomalias magnéticas no assoalho oceânico) foi possível desenvolver um novo modelo para a reconstrução da porção central do Gondwana.