Papers presented at events
Para nóia: a potência de um grupo de saúde mental na atenção básica
Registro en:
ARAUJO, Sofia Nader de; ROCHA, Luiza Iandra Augusta da; MONTENEGRO, Luiz Albérico Araújo. Para nóia: a potência de um grupo de saúde mental na atenção básica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Araujo, Sofia Nader de
Rocha, Luiza Iandra Augusta da
Montenegro, Luiz Albérico Araújo
Resumen
As atividades iniciaram em julho de 2017 e continuam em andamento. O grupo ocorre às sextas-feiras de 10 às 12 horas. Grupo terapêutico com enfoque em usuários de uma clínica da família com sintomas de ansiedade e depressão. Esse trabalho vem com o objetivo de relatar o processo de criação, desenvolvimento e as dificuldades encontradas pela equipe de saúde da família no estabelecimento de um grupo terapêutico. A experiência do grupo promove acolhimento, escuta ativa e permite a criação de redes entre os usuários. Tivemos a intenção de criar um grupo-sujeito, que opera de maneira autônoma criando suas próprias regras. A única certeza é de ser um espaço seguro onde os participantes podem trazer suas vivências, com o intuito de desenvolver um espaço coletivo de reflexão. É incentivado aos usuários que tragam estratégias/ferramentas do manejo de situações de crise cotidianas, por acreditarmos que cada pessoa possui ferramentas, que apreende, coleciona e cria dispositivos de pensamento, movimento e criação. Temos o grupo como potencializador da humanização do trabalho, maior integração de residentes e equipe da clínica da família, deslocamento de linhas de força para criação de novos fluxos subjetivos e rica troca de experiências sobre o manejo de condições psíquicas entre os usuários. Percebemos que o grupo tem trazido tanto para os usuários do serviço, quanto para os profissionais nele envolvidos, a possibilidade de expor sua singularidade e instituir formas autênticas e criativas de viver. Apesar do grande número de pessoas em sofrimento mental e o incentivo das políticas públicas para um cuidado de saúde mental na Atenção Básica, voltado para o território, (fruto da luta da reforma psiquiátrica) ainda temos poucos trabalhos sobre saúde mental na AB. Acreditamos que isso ocorre devido a estigmatização de pessoas com transtornos mentais tanto pela população em geral quanto pelos próprios profissionais, o que dificulta o cuidado desses sujeitos. A partir da experiência do grupo percebemos a potência do cuidado com a saúde mental no escopo da Atenção Básica. Acreditamos que é necessário um contexto coletivo para a formação dos sujeitos se realizar sem patologia, a partir do compartilhamento afetivo é possível reduzir o sofrimento psíquico. Recomendaríamos assim um olhar mais apurado às questões subjetivas na Atenção Básica.