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Óxido nítrico no tratamento da hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido
Nitric oxide in the treatment of neonatal pulmonary hypertension
Registro en:
LOPES, José Maria de Andrade et al. Óxido nítrico no tratamento da hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido. J. pediatr. (Rio J.)., v. 72, n. 3, p. 133-138, maio/jun. 1996.
0021-7557
Autor
Lopes, José Maria de Andrade
Carvalho, Manoel de
Moreira, Maria Elisabeth Lopes
Cabral, Jofre O.
Resumen
Este trabalho descreve os efeitos do óxido nítrico em recémnascidos
com hipertensão pulmonar persistente. Estudamos 9
recém-nascidos com insuficiência respiratória grave caracterizada
por hipoxemia acentuada e hipertensão pulmonar. Em
todos os recém-nascidos havia indicação de utilização de
oxigenação de membrana com circulação extra-corpórea
(ECMO) e o índice de oxigenação (OI) era superior a 25. O
peso médio dos pacientes foi de 2648 ± 661g e a idade
gestacional 36,4 ± 2,6 semanas. O óxido nítrico foi administrado
em circuito em Y na linha inspiratória do circuito do
respirador, de um tanque com 1000 ppm. As concentrações de
NO e NO2 foram aferidas com monitores eletroquímicos (PACI
e PACII-Draeger) na linha expiatória dos pacientes. O diagnóstico
de hipertensão pulmonar foi feito com base nos sinais
clínicos e ecocardiográficos. A pressão da artéria pulmonar foi
estimada através de ecardiografia e o shunt pelo canal arterial
e/ou forâmen oval confirmado por doppler colorido.
Todos os pacientes mostraram uma melhora significativa
na oxigenação arterial após a administração do óxido nítrico. A
concentração inicialmente utilizada foi de 20 ppm. Trinta
minutos após o início da administração do óxido nítrico, o
índice de oxigenação médio, que era 48,5, caiu para 17,7, e com
6 h e 12 h de óxido nítrico, o índice de oxigenação era de 14,1
e 10,5 respectivamente. O óxido nítrico levou a uma redução
importante da resistência vascular pulmonar, traduzida por
queda significativa na pressão da artéria pulmonar e inversão
do shunt direito esquerdo através do canal ou forâmem oval.
Não observamos alteração na pressão arterial sistêmica com o
uso do óxido nítrico e os níveis plasmáticos de metaemoglobina
permaneceram abaixo de 1,5%.
Dos 9 pacientes estudados, apenas 1 foi a óbito, após ter
revertido o quadro de hipertensão pulmonar, em conseqüência
de complicações de asfixia perinatal. This study describes the effects of nitric oxide in newborns
with persistent pulmonary hypertension. We studied 9 infants
with severe respiratory failure characterized by hypoxemia and
pulmonary hypertension. All infants met ECMO criteria and
the oxygenation index (OI) was greater than 25. Mean birth
weight was 2698 ± 661 g and gestational age was 36.4 ± 2.6
weeks. Nitric oxide was administered in a Y circuit in the
inspiratory line of the mechanical ventilator. Nitric oxide and
NO2 concentrations were monitored with electrochemical
analyzers (PACI and PACII-Draeger). Pulmonary hypertension
was diagnosed with clinical and echocardiografic criteria,
with detection of right to left shunt with color doppler.
All patients showed a dramatic improvement in oxigenation
after nitric oxide administration. The drug reduced the
mean OI, which was 48.5 before its administration, to 17.7 after
30', 14.1 after 6 hours, and 10.5 after 12 hours. We observed in
all patients a reduction in pulmonary vascular resistance, reversal
of the right to left shunt without any effects on systemic
arterial pressure. Metahemoglobin levels did not reach 1.5% in
any patient. Only one out of the 9 patients died, after reversal
of the pulmonary hypertension, from other complications of
perinatal asphyxia.
Our data show that nitric oxide is a promising drug in the
treatment of neonatal pulmonary hypertension and that it may
reduce the need of ECMO in severe respiratory failure.