Thesis
Representações sociais sobre alimentação e práticas alimentares de gestantes e puérperas
Registro en:
BAIÃO, Mirian Ribeiro. Representações sociais sobre alimentação e práticas alimentares de gestantes e puérperas. 2007. xiv, 283 f. Tese (Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Fernandes Figueira, Rio de Janeiro, 2007.
Autor
Baião, Mirian Ribeiro
Resumen
Esta pesquisa teve como objeto de estudo as representações sociais sobre alimentação e sobre as práticas alimentares de gestantes e puérperas, que vivem em uma comunidade urbana de baixa renda, no Rio de Janeiro. Os objetivos foram analisar as representações que as gestantes e puérperas têm acerca da relação da alimentação com a saúde, nesses períodos, os fatores que influenciam as práticas alimentares e a forma como as gestantes e puérperas se adequam e reagem às regras científicas e valores culturais relacionados à alimentação. A fundamentação teórica buscou compreender a dinâmica atual no cenário da alimentação, a perspectiva sociocultural do fenômeno social alimentar e a dimensão simbólica dos alimentos, na gestação e puerpério.Adotou-se a abordagem qualitativa e a categoria analítica das representações sociais como aporte metodológico do estudo. A construção dos dados ocorreu por meio de entrevista em profundidade do tipo semi-estruturada. Foram entrevistadas 18 gestantes, em distintos períodos de gestação, e 8 puérperas. A interpretação das falas se deu pela adaptação da análise de conteúdo, em sua vertente temática, sendo conduzida por um viés hermenêutico. Dentre os resultados, destaca-se que o assumir ou não a gravidez teve implicações, no comportamento alimentar das gestantes.Sobre as práticas alimentares, foi possível observar questões relacionadas às assimetrias de gênero, à falta de dinheiro, principal barreira para aquisição da alimentação saudável, e a violência.A dieta era basicamente composta por arroz e feijão, com frango ou ovo ou embutidos. Leite, hortaliças e frutas eram pouco consumidos, porque não considerados alimentos essenciais e (ou) porque estavam destinados às crianças.As mulheres tinham preferências por besteiras ou alimentos que engodaram, porém de menor custo e maior acessibilidade. Durante o período do puerpério, foram reveladas prescrições e interdições alimentares específicas. Em termos conclusivos, aponta-se que a história da gravidez e os vários sentidos que o estar grávida pode adquirir precisam ser conhecidos e interpretados por profissionais e pelas mulheres, desencadeando contatos mais positivos, propositivos e criativos que possam resultar em ressignificação e tomada de decisões autônomas em favor da vida.
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