Thesis
A segurança do paciente na atenção primária à saúde
Fecha
2015Registro en:
MARCHON, Simone Grativol. A segurança do paciente na atenção primária à saúde. 2015. 128 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2015.
Autor
Marchon, Simone Grativol
Institución
Resumen
Objetivo: Esta tese buscou contribuir para a melhoria da qualidade do cuidado, adaptando
metodologias para avaliar a ocorrência de incidentes na APS no Brasil.
Métodos: A tese se desenvolveu em três etapas. Inicialmente foi realizada uma revisão
sistemática da literatura nas bases de dados bibliográficas: Pubmed, Scopus, Lilacs, Scielo e
Capes, de 2007 até 2012, nos idiomas português, inglês e espanhol. Em seguida foi
organizado um painel com especialistas, baseado na metodologia Delphi, para adaptação do
estudo Primary Care International Study of Medical Errors (PCISME) ao contexto brasileiro.
Na última etapa procurou-se avaliar a ocorrência de incidentes no cuidado ao paciente da
APS, através de um questionário adaptado para o contexto brasileiro, em que vinte
profissionais de saúde que trabalham em unidades da estratégia da saúde da família foram
convidados a registrar de forma anônima e confidencial, incidentes ocorridos com os
pacientes.
Resultados: Na etapa um foram selecionados 33 artigos: 26% relativos a estudos
retrospectivos; 44% a estudos prospectivos; 30% a estudos transversais. Os tipos de incidentes
mais encontrados na APS estavam associados à medicação e diagnóstico. O fator contribuinte
mais relevante foram falhas de comunicação entre os membros da equipe de saúde. Na etapa
dois o processo de tradução e adaptação do estudo australiano PCISME para o contexto
brasileiro foi realizado por um painel de especialistas, em cinco etapas. Na etapa três foram
identificados oito tipos de erros, sendo o erro administrativo o mais frequente. A comunicação
foi citada como o fator contribuinte mais comum para ocorrência de incidente na APS (53%).
A taxa de incidência envolvendo todos os incidentes foi de 1,11% (125/11.233). A taxa de
incidentes que não atingiram os pacientes foi de 0,11% (13/11233). A taxa de incidência de
incidentes que atingiram os pacientes, mas não causaram dano foi de 0,09% (10/11.233). A
taxa de incidência de incidentes que atingiram os pacientes e causaram dano (EA) foi de
0,90% (102/11.233).
Conclusão: O tema segurança do paciente na APS vem crescendo de importância nas
principais organizações internacionais de saúde. Já no Brasil o tema ganhou mais visibilidade,
em função do Programa Nacional de Segurança do Paciente, lançado pelo Ministério da
Saúde em 2013, que incluiu a APS. Os incidentes também ocorrem na APS como apontam os
estudos em países em desenvolvimento. Entretanto deve-se considerar que as pesquisas neste
campo ainda são incipientes. Novos estudos devem entrar na agenda da política de saúde
brasileira, em busca do cuidado mais seguro.