Dissertation
Avaliação das causas de hospitalização de pacientes com hanseníase
Fecha
2011Registro en:
DRESCH, Thaís Felix Leitão Rosa. Avaliação das causas de hospitalização de pacientes com hanseníase. 2011. 109 f. Dissertação (Mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas)-Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2011.
Autor
Dresch, Thaís Felix Leitão Rosa
Institución
Resumen
Os centros de saúde executam as ações de controle da hanseníase, orientados pelo Ministério da Saúde, através de consultas ambulatoriais regulares. Alguns pacientes, no entanto, necessitam ser internados devido à grave evolução dos aspectos clínicos. Episódios reacionais graves e efeitos adversos da poliquimioterapia são as complicações que mais necessitam de intervenção terapêutica intrahospitalar. Existem poucos estudos sobre os motivos e a frequência dessas internações. Este estudo tem como objetivo avaliar as causas de internação relacionada à hanseníase, as alterações clínicas associadas, tratamento e a evolução dos pacientes. Nos casos de reação hansênica descrever a associação do haplótipo encontrada através da análise do polimorfismo genético, na região produtora do TNF-\03B1. Desta forma foi realizado um estudo retrospectivo através de revisão de prontuários da internação de pacientes com hanseníase no Instituto de Pesquisa Evandro Chagas e provenientes do ambulatório de hanseníase da Fundação Oswaldo Cruz no período de janeiro de 2000 a janeiro de 2010. Foram analisadas 164 internações, totalizando 114 pacientes. As formas clínicas ao redor do pólo lepromatoso (lepromatoso-lepromatoso e borderline-lepromatoso) foram as que predominaram (75,8%). A maioria, dos pacientes internados (51,2%) não utilizavam mais poliquimioterapia. O episódio reacional isolado (54,3%) ou associado a outras alterações (81,1%) como infecções (24,4%), reação adversa a droga (12,2%), distúrbio endócrino metabólico (4,9%) e distúrbio gastrointestinal (3,7%) foram as principais causas de hospitalização. Febre, mioartralgia, malestar, astenia e edema foram os sinais e sintomas clínicos mais encontrados. Entre as alterações laboratoriais foram encontradas: anemia relacionada à reação hansênica, infecção e reação adversa à droga; leucocitose relacionada à reação hansênica e a infecção; e eosinofilia por efeitos adversos a poliquimioterapia. A pulsoterapia, com metilprednisolona, foi o recurso terapêutico mais utilizado nas reações hansênicas, em 79 internações (48,2%). Dentre os polimorfismos observados na região promotora do TNF-\03B1, todos os casos internados que foram submetidos à análise do polimorfismo e tinham a sequência GA, apresentaram reação hansênica de difícil controle. Dos pacientes internados 92,7% tiveram alta com melhora dos sintomas e quatro foram a óbito (2,4%). A hanseníase também é uma patologia passível de internação, devendo o programa de controle da hanseníase se estruturar para tal demanda.