Thesis
Vacinas experimentais para febre amarela como modelo de estudo de novos adjuvantes
Fecha
2019Registro en:
CAJARAVILLE, Ana Carolina dos Reis Albuquerque. Vacinas experimentais para febre amarela como modelo de estudo de novos adjuvantes. 2019. 150 f. Tese (Doutorado em Biologia Celular e Molecular)-Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.
Autor
Cajaraville, Ana Carolina dos Reis Albuquerque
Institución
Resumen
A vacina de febre amarela atenuada é uma das mais bem-sucedidas já desenvolvidas. Entretanto, restrições de administração para pacientes imunodeprimidos e raros eventos adversos associados são desvantagens que motivam o desenvolvimento de vacinas mais seguras. À medida que aumenta a segurança, a imunogenicidade diminui na ausência de replicação viral. Nesse contexto, adjuvantes são elementos chave na ativação da imunidade inata para modulação das respostas adaptativas e proteção. Adjuvantes de diferentes naturezas e mecanismos de ação têm sido estudados: imunoestimuladores como agonistas de TLR, carreadores de antígenos e agentes de efeito depósito. Nesse estudo pretendemos identificar adjuvantes promissores para o desenvolvimento de novos candidatos vacinais para febre amarela. Para isso, camundongos C57BL/6 foram imunizados com diferentes formulações de antígenos modelo (vírus inativado e proteínas de envelope recombinantes produzidas em diferentes sistemas de expressão) com os adjuvantes: Al(OH)3; Addavax (emulsão baseada em esqualeno); combinações de Al(OH)3 e Flagelina FliC (agonista de TLR5); e CAF01 (nanopartícula) em esquema de 2 doses (D0 e D28) ou 3 doses (D0, D14 e D28). Após a imunização, os camundongos foram desafiados com inóculo letal do vírus de febre amarela por via intracerebral para determinar as taxas de sobrevivência. Os soros foram analisados por ELISA e PRNT50 para detecção dos títulos de IgG total e anticorpos neutralizantes O vírus FA17DD inativado apresentou o melhor desempenho como antígeno modelo, sendo capaz de induzir 100% de proteção ao desafio após imunização com 2 doses na formulação com o adjuvante Addavax e 70% de proteção na formulação com hidróxido de alumínio. Os demais adjuvantes avaliados (Al(OH)3/ Flagelina FliC e CAF01) não foram capazes de gerar incremento de proteção com os antígenos avaliados. As formulações experimentais com melhor desempenho (FA17DD inativado/Addavax e FA17DD inativado/Al(OH3) foram avaliadas em um segundo ensaio para melhor caracterização das respostas imunológicas envolvidas na proteção. Ambas foram capazes de induzir apenas níveis basais de anticorpos neutralizantes; porém altos títulos de IgG para o vírus da febre amarela com predomínio do subtipo IgG1. A caracterização das respostas celulares locais (ELISpot citocinas e células B) no sítio de inoculação nos tempos pré e pós-desafio revelou níveis superiores de IFN\03B3 nos animais sobreviventes. Após o desafio, todos os animais sobreviventes apresentaram altos títulos de anticorpos neutralizante e IgG total, com incremento do subtipo IgG2a. O uso de Addavax como adjuvante para vacinas não vivas para febre amarela surge como uma alternativa promissora de induzir proteção com menor número de doses. A aplicação do modelo de desafio murino para febre amarela na avaliação de novos adjuvantes se mostrou uma abordagem promissora para a avaliação de novos adjuvantes para uso neste modelo, bem como na geração de conhecimentos extrapoláveis para outros candidatos vacinais em desenvolvimento.