Dissertation
Associaçäo entre apoio social e freqüência relatada de auto-exame das mamas no estudo pró-saúde
Date
2001Registration in:
ANDRADE, Célia Regina de. Associaçäo entre apoio social e freqüência relatada de auto-exame das mamas no estudo pró-saúde. 2001. 74 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2001.
Author
Andrade, Célia Regina de
Institutions
Abstract
Os programas de screening de câncer de mama representam uma estratégia efetiva para a redução de sua incidência e mortalidade. Nas últimas décadas, a importância das relações sociais na preservação da saúde vem sendo amplamente discutida, principalmente nos países desenvolvidos. Nesse contexto, inúmeros estudos
epidemiológicos têm investigado a influência de características do ambiente
psicossocial no risco de adoecer e de morrer, nos comportamentos relacionados à saúde e na utilização de serviços. Dentre essas características, destaca-se o conceito de apoio
social que, no caso desse estudo, envolve as dimensões de apoio material, afetivo, emocional, de informação e interação positiva.
O objetivo dessa investigação foi identificar associação entre a prevalência da prática do auto-exame das mamas e cinco diferentes dimensões de apoio social, entre as funcionárias de uma universidade no Rio de Janeiro.
As perguntas relativas ao apoio social e a freqüência do AEM foram incluídas em um questionário estruturado auto-preenchido, na primeira etapa de coleta de dados de um estudo de coorte, com 4030 funcionários técnico-administrativos (sendo 2240 mulheres).
A freqüência da prática relatada de AEM foi particularmente elevada entre as funcionárias do hospital universitário. Considerando-se o conjunto das funcionárias, a maior parcela (43%) informou realizar AEM “todo mês” ou “quase todo mês” e 24% informaram praticá-lo “raramente” ou “nunca”. A confiabilidade teste-reteste dessa informação foi alta: coeficiente kappa = 0,82 (IC95%:0,74-0,89).
As respostas às perguntas que constituíram cada uma das cinco dimensões de apoio social compuseram escores, cuja distribuição apresentou concentração nos valores mais altos (médias próximas a 80 pontos). Mesmo assim, foi possível discriminar subgrupos que apresentavam diferentes prevalências da prática de AEM segundo tercis
dos escores de apoio social. A prevalência da prática referida de AEM variou de forma direta com o nível dos cinco escores das dimensões de apoio social. Em cada dimensão, a chance de
praticar AEM foi duas vezes maior entre as funcionárias situadas no tercil mais alto de apoio, comparadas às funcionárias situadas no tercil mais baixo. Tendo o mesmo grupo de referência, as funcionárias situadas no nível intermediário dos escores (2º tercil) apresentaram chance 50% maior de praticar AEM.
A consistência dos resultados encontrados nas cinco dimensões permite concluir que níveis diferenciados de apoio social podem influenciar práticas de cuidados com a saúde como o AEM.