Dissertação
Exposição ocupacional a névoas ácidas e doença periodontal.
Fecha
2019-09-05Autor
Almeida, Tatiana Frederico de
Almeida, Tatiana Frederico de
Institución
Resumen
Objetivo: Examinar a hipótese de que a exposição ocupacional a névoas ácidas está positivamente associada à doença periodontal, considerando fatores biológicos, ambientais, comportamentais e o acesso aos serviços de saúde bucal. Métodos: Este é um estudo de corte transversal que envolveu trabalhadores do sexo masculino de uma indústria metalúrgica. A população do estudo foi constituída por todos os trabalhadores que participaram do estudo de Vianna et al.32 (2004), cuja coleta aconteceu em 1999, e que realizaram pelo menos um exame entre 2000 e 2003 no contexto de um programa de saúde bucal instituído na empresa. Os dados foram obtidos através de entrevistas individuais e exames odontológicos realizados por cirurgiãs-dentistas em um consultório na própria empresa. A definição de casos foi baseada na presença de perda de inserção periodontal (PEIP) ≥4mm em pelo menos um dente. A exposição a névoas ácidas foi avaliada através de uma matriz de exposição ocupacional, construída a partir de registros ocupacionais e informações obtidas por toxicologistas da própria metalúrgica. Realizou-se regressão logística não condicional a fim de estimar razões de prevalência e Intervalos de Confiança a 95%. Resultados: A exposição às névoas ácidas, ocorrida em algum momento da vida do trabalhador na empresa, mostrou-se positivamente associada com a PEIP ≥4mm (RPajustada por idade=2,17, IC 95% 1,26 3,74) entre trabalhadores que não relataram usar regularmente o fio/fita dental, independentemente da idade. Resultados semelhantes foram encontrados para a exposição passada (RPajustada por idade =2,12, IC 95% 1,17 3,85) e exposição maior que 6 anos (RPajustada por idade=1,76, IC 95% 1,03 2,98), ambos apenas entre os trabalhadores que não referiram o uso freqüente do fio/fita dental. Conclusões: A exposição a névoas ácidas é um fator de risco potencial para a doença periodontal, e são necessários estudos longitudinais e medidas de exposição mais exatas capazes de investigar melhor esta associação.