Tese
Tromboembolismo venoso após o transplante pulmonar em adultos: um evento frequente e associado à uma sobrevida reduzida
Fecha
2019-12-02Autor
Ribeiro Neto, Manuel Lessa
Ribeiro Neto, Manuel Lessa
Institución
Resumen
Introdução:A incidência de tromboembolismo venoso (TEV) após o transplante de pulmão
varia significativamente nos estudos publicados. Dois desses estudos sugerem que
esses eventos trombóticos são associados a uma sobrevida mais curta póstransplante.
No presente estudo, nós buscamos determinar a incidência, os
preditores e o impacto do TEV na sobrevida pós-transplante em um centro de
referência quaternário. Objetivo: Verificar se o TEV é preditor de mortalidade após
o transplante de pulmão. Desenho do estudo: Coorte retrospectiva. Material e
métodos: Este estudo analisou uma ampla coorte de receptores de transplante de
pulmão. Os desfechos principais foram o tempo para ocorrência de TEV e a
sobrevida pós-transplante. O diagnóstico de trombose venosa profunda (TVP) foi
realizado através de ultrassom. O diagnóstico de tromboembolia pulmonar (TEP)
foi realizado através de angiotomografia de tórax ou cintilografia pulmonar de
ventilação/perfusão. Resultados: A incidência de TEV entre os 701 receptores de
transplante de pulmão foi 43,8%, dentre os quais 97,7% foram episódios de TVP, e
destes, 71,3% ocorreram nas extremidades superiores. Os preditores de TEV foram história pregressa de TVP (HR 2,82, IC 95% 1,49-5,37), dias cumulativos em unidade
de tratamento intensivo (HR 1,01, IC 95% 1,01-1,02), e uso de oxigenação por
membrana extracorpórea (HR 2,22, IC 95% 1,43-3,45). De modo relevante, TEV
(tanto dentro de 30 dias quanto depois de 30 dias de transplante) apresentou
associação independente com mortalidade pós-transplante (HR 1,70, IC 95% 1,28-
2,26). Localizações anatômicas da TVP, como em membros superiores ou abaixo do
joelho também apresentaram associação com mortalidade. Conclusão: TEV foi
frequente em pacientes submetidos a transplante de pulmão. TEV foi também
preditor de uma sobrevida mais curta pós-transplante, mesmo quando localizado
nos membros superiores ou abaixo do joelho. Estudos adicionais são necessários
para investigar o melhor esquema de rastreamento e tratamento do TEV nesta
população.