Trabalho de Conclusão de Curso
Infecção do Trato Respiratório Inferior por Chlamydia trachomatis em lactentes: Série de Casos
Fecha
2017-08-10Autor
Costa, Rafael Lima
Institución
Resumen
Chlamydia
trachomatis é um dos principais patógenos transmitidos sexualmente no mundo.
Estima-se que mais de 130 milhões de pessoas se infectem anualmente. A C.
trachoamtis é um parasita intracelular, que pode levar a lesões oftálmicas e danos
respiratórios em crianças quando transmitida verticalmente. No Brasil, trabalhos
demonstram prevalência de 2,1-20,7% de infecção genital por C. trachomatis entre
mulheres. Entretanto, são escassos os dados sobre essa infecção no trato respiratório
Objetivos: inferior (ITRI) de crianças. Descrever as características clínicas,
laboratoriais e radiológicas da infecção respiratória por C. trachomatis em uma série
de casos de lactentes. Metodologia: Série de casos, em uma população de lactentes
com até 6 meses de idade que foram internados e diagnosticados com ITRI por C.
trachomatis no período de 2004 a 2007. Foram avaliadas características
socioeconômicas, clínicas, laboratoriais e radiológicas referentes a 24 lactentes.
Resultados: A mediana da idade dos lactentes foi 46,5 dias (intervalo interquantil: 38,5
– 73,5), sexo masculino foi o mais frequente (66,7%). Em 54,17% dos casos, as
famílias não tinham renda fixa ou era inferior a um salário mínimo. Verificou-se
ausência de febre em 92,7% dos casos, e conjuntivite em 45,8%. Tosse foi presente
em 95,83% dos lactentes, sendo a forma tosse produtiva mais prevalente (70,8%).
Apenas 33,33% dos casos apresentou taquipneia, e dispneia foi descrita em 87,5%
dos lactentes. Contagem de eosinófilos superior a 300 cels/dL foi encontrada em
66,66% dos casos. Hiperinsuflação e infiltrado intersticial foram os achados
radiológicos mais frequentes (65% e 55% respectivamente). Conclusões: A ausência
de febre, presença de conjuntivite e tosse produtiva em lactentes de 1 a 3 meses
devem aumentar a suspeição clínica de infecção respiratória causada por C.
trachomatis. Contagem de eosinófilos no sangue e exame radiológico do tórax dos
lactentes podem auxiliar no diagnóstico.