Dissertação
Situação epidemiológica do sarampo no Brasil na era pós eliminação : 2018 a 2019
Fecha
2023-01-23Registro en:
ELIDIO, Guilherme Almeida. Situação epidemiológica do sarampo no Brasil na era pós eliminação: 2018 a 2019. 2020. 71 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Elidio, Guilherme Almeida
Institución
Resumen
INTRODUÇÃO: O sarampo é uma doença de transmissão respiratória,
altamente infecciosa, imunoprevenível e tem tendência a causar grandes surtos
associados à alta morbimortalidade em populações não vacinadas. Em 1992, o
Ministério da Saúde implementou o plano para eliminação da doença e, somente
em 2016, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado
de eliminação. Em fevereiro de 2018, após intenso movimento migratório de
venezuelanos para o Brasil, o sarampo foi reintroduzido e deu início a um grande
surto no Norte do país, que ocasionou na perda do certificado de eliminação.
OBJETIVO: Descrever a situação epidemiológica do sarampo no Brasil na era
pós eliminação: 2018 a 2019.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo sobre a situação epidemiológica
do sarampo no Brasil, identificando a principal hipótese de como o vírus
reemergiu no país, sua dinâmica de disseminação pelas unidades federadas no
período analisado e construir as cadeias de transmissão do surto do município
de Manaus, Amazonas.
RESULTADOS: Em 2018 foram confirmados 10.346 casos de sarampo em 11
estados. A cadeia de transmissão, que começou no Norte, manteve-se ativa por
mais de 12 meses, o que caracterizou a transmissão endêmica da doença e
provocou a perda dos status de país livre do sarampo. Em 2019, foram
confirmados 18.200 casos em 23 estados, sendo que os surtos estavam
relacionados a outras origens, além da cadeia de transmissão da região Norte.
A faixa etária mais incidente foram os menores de um ano, embora a maior
concentração de casos esteja entre 20 e 29 anos.
CONCLUSÃO: O maior desafio para um país que conseguiu eliminar a
transmissão endêmica do vírus do sarampo, inserido no contexto mundial em
que os demais países ainda não conseguiram atingir esta meta é manter a
eliminação em meio às viagens nacionais e internacionais, às baixas coberturas
vacinais contra o sarampo, e principalmente, às falhas do serviço de vigilância
epidemiológica no conhecimento, detecção, investigação e resposta aos surtos
ou possíveis surtos de sarampo.