Tesis
Imaginário da morte e ideário de vida: uma abordagem da violência escolar
Fecha
2019-08-30Registro en:
000926406
33004030079P2
Autor
Badia, Denis Domeneghetti [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Institución
Resumen
Este trabalho não busca quantificar a violência presente na escola, nem determinar vítimas e culpados. Pretende dar escuta à escola e às pessoas que a compõem − as vozes do consciente e do inconsciente − através de uma perspectivação da Teoria Geral do Imaginário de G. Durand e de um conjunto de heurísticas elaboradas por J. C. de Paula Carvalho utilizando o Teste do Arquetípico de Nove Elementos (AT. 9) de Y. Durand, no intuito de mapear aspectos da cultura latente e patente de determinado grupo, a fim de analisar como alunos, gestores, professores e demais funcionários lidam com a violência presente na instituição escolar. Ao analisar os dados obtidos, observando, conhecendo o ambiente escolar e participando de alguns momentos junto ao grupo, por meio das entrevistas semiestruturadas e da aplicação do teste AT. 9, encontramos dois grupos muito diferentes: dos alunos (grupo A) e dos adultos que formam a equipe escolar (grupo P). Quando olhamos para os microuniversos encontrados, vemos na análise estrutural que no grupo P o que prevalece é o Microuniverso Místico (60%) e, no grupo A, há com o mesmo percentual (36,36%) tanto o Microuniverso Místico quanto o Microuniverso Heroico. Dentre esses microuniversos, aparecem aqueles de forma negativa, muito mais no grupo A, em um pouco mais da metade dos protocolos, e em apenas (25%) dos protocolos do grupo P. Todos os microuniversos podem ter uma forma negativa, e no caso do grupo A essa prevalência pode mostrar o fracasso do herói, a vitória do monstro e um refúgio que não traz paz e segurança. No grupo P, o Microuniverso Místico presente, onde o principal elemento é o refúgio, demonstra a busca por uma atmosfera harmônica, de paz e segurança. Ao realizar a análise semântica, considerando o simbolismo dos elementos encontrados, vimos que os protocolos do grupo P e do grupo A sugerem que não se trata de um imaginário de morte e de um imaginário de vida, mas de um imaginário de morte para o grupo A e de um ideário de vida para o grupo P. Os alunos (grupo A) se mostraram mais envolvidos com o processo de destravamento da criatividade via presentificação dos fatores inconscientes, pois percebemos a presença das vivências com os matizes inconscientes. Quanto ao outro grupo, consideramos que esses não se entregaram à tarefa criativa, talvez com receio de serem desvendados em seus mapas mentais. Encontramos, então, uma escola formada por diferentes e diversos imaginários. Ao questionarmos os participantes de possíveis formas para que pudéssemos estabelecer uma relação harmoniosa e de respeito entre esses grupos, encontramos como resposta, principalmente: o diálogo. As pessoas que formam e convivem na instituição escolar precisam se conhecer, conversar, discutir, ter espaço para colocar suas opiniões, serem ouvidas e levadas em consideração. Essa é uma forma tanto de lidar com a questão da violência como estabelecer boas relações de forma geral. This work does not aim to quantify the violence present at school, nor to determine victims and culprits. It intends listen to the school and the people who compose this institution – the voices of the conscious and the unconscious – through a perspective Gilbert Durand's General Theory of Imaginary and of a set of heuristics elaborated by J. C. de Paula Carvalho and using Y. Durand’s Archetypal Test with Nine Elements (AT. 9) with the intent of mapping aspects of the latent and patent culture of a determined group, aiming at analyzing how students, managers, teachers and other workers deal with the violence present at the school institution. Analyzing the data obtained by observing and getting to know the school environment, participating of some moment with the group, through the semi-structured interview and the application of the AT. 9 test, we have found two very different groups: the students’ one (group A) and the adults’ one who compose the school team (group P). When we look at the micro-universes we have found, we see at the structural analysis that in group P, what prevails is the Mystical Micro-universe (60%) and in group A there is the same percentage (36,36%) as much as the Mystical Micro-universe than the Heroic Micro-universe. Among these micro-universes, there are those in a negative form, much more in group A, in a little more than half of the protocols, and in only (25%) of the protocols of group P. All the micro-universes can have a negative form, in the case of group A, this prevalence can show the failure of the hero, the victory of the monster and a refuge that does not bring peace and security. In group P, the present Mystical Micro-universe, where the main element is the refuge, shows the search for a harmonious atmosphere, of peace and security. When performing the semantic analysis, considering the symbolism of the elements found, we saw that the protocols of group P and group A suggests that this is not an imaginary of death and an imaginary of life, but an imaginary of death for group A and an ideology of life for group P. The students (group A) seem to be more involved with the process of unlocking creativity via presentification of unconscious factors, because it is realized the presence of the experiences with the unconscious nuances. Concerning the other group, we find that they did not indulge in the creative task, perhaps for fear of being unraveled on their mental maps. We have found, then, a school formed by different and diverse imaginaries. By questioning the participants of possible ways to establish a harmonious and respectful relationship between these groups, we find as a response, mainly: the dialogue. The people who form and coexist in the school must know, talk, discuss, have space to put their opinions, be heard and taken into account. This is both a way of dealing with the issue of violence and of establishing good relations in general.