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O HISTORIADOR DA EDUCAÇÃO E SEU OFÍCIO
Autor
de Souza Cordeiro Brasil, Anna Gabriella
Sucupira Stamatto, Maria Inês
Morais de Medeiros Neta, Olivia
Resumen
O artigo aborda uma reflexão acerca do ofício do historiador da educação. Para tanto, parte-se da consolidação da História da Educação como disciplina e campo do conhecimento, de acordo com os conceitos de Chervel (1990) e Bourdieu (1983). No que tange a atividade docente, serão destacados os desafios vivenciados na formação dos professores. Nunes (2006) entendeu que a disciplina História da Educação tem por finalidade ensinar a pensar historicamente, destacando-se o desafio intrínseco dessa missão. Já como cientista, o historiador da educação, independentemente de sua formação inicial, possui um compromisso com o que Certeau (1982) denominou de operação historiográfica, sendo esta constituída por três etapas distintas: o lugar social, a prática na pesquisa com as fontes históricas e a construção da narrativa histórica. Na primeira etapa serão destacados os lugares de fala do historiador da educação, tais como: os programas de Pós-Graduação, Associações, grupos de trabalho, eventos acadêmicos e revistas científicas. Na sequência, as fontes utilizadas para a construção do conhecimento em História da Educação e a constituição de arquivos físicos e virtuais para o atendimento dessa demanda. E, no que se refere à construção da narrativa, Certeau (1982) destacou que essa é diretamente influenciada pelos cânones cronológicos da História, pela prática e pelo lugar social. Para a elaboração dessa reflexão, buscou-se ainda respaldo nas obras de diversos autores que refletiram sobre a História da Educação: Antônio Nóvoa, Demerval Saviani, Diana Vidal, Luciano Mendes de Faria Filho, Claudinei Lombardi, Antônio Carlos Ferreira Pinheiro, dentre outros. Por fim, entende-se que o ofício do historiador da educação é permeado pelo caráter didático da atividade docente e pela escrita da história que tem como objeto os processos educativos, sendo ambos influenciados pela memória e pelo esquecimento inerentes aos embates representacionais.