Tesis
Eficiência de biodigestores anaeróbios modelo lagoa coberta na remoção de vírus entéricos em dejetos suinícolas
Autor
Zeredo, Ana Carolina Baltazar
Institución
Resumen
TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia. A biodigestão anaeróbia (BA) apresenta-se como uma alternativa de tratamento de dejetos suinícolas, reduzindo seu potencial de poluir água, solos e ar, bem como permite a geração de biogás e reciclo do efluente como biofertilizante agrícola. Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência da higienização de dejetos suinícolas através da BA psicrofílica, usando adenovírus porcino (PAdV), circovírus porcino-2 (PCV-2) e rotavírus A (RV-A) como biomarcadores. Para isso, amostras brutas (afluente) e biodigeridas (efluente) provenientes de biodigestores anaeróbios psicrofílicos foram coletadas sazonalmente durante primavera-verão (novembro-2014 a janeiro-2015) e outono-inverno (maio a julho de 2014) em Juiz de Fora-MG. As amostras foram processadas e concentradas para a quantificação das cópias genômicas (CG) virais provenientes de PAdV, PCV-2 e RV-A por meio de qPCR. Amostras positivas para PCV-2 foram avaliadas quanto à sua infecciosidade por meio de cultura celular. PCV-2 e PAdV foram positivos em 100% das amostras (8/8) no período outono-inverno, enquanto RV-A esteve presente em 87,5% (7/8) das amostras avaliadas. No período primavera-verão, PCV-2 e RV-A foram positivos em 100% das amostras, enquanto PAdV foi positivo em 87,5% das amostras. Não foram encontradas diferenças significativas na quantidade de genomas quantificados por qPCR antes e depois da BA. Ensaios de infecciosidade mostraram em afluente 5,7 Log10 CG mL-1 e 6,37 Log10 CG mL-1 provenientes de PCV-2 infecciosos durante outono-inverno e primavera-verão, respectivamente; Em efluente suinícola, 5,0 Log10 CG mL-1 e 3,86 Log10 CG mL-1 provenientes de PCV-2 infecciosos durante outono-inverno e primavera-verão, respectivamente. O teste de infecciosidade mostrou que após a BA durante o período de primavera-verão houve redução significativa (2,5 Log10) de PCV-2 infecciosos em efluentes suinícolas, no entanto durante o outono-inverno a redução não foi significativa (0,97 Log10). A presença de vírus entéricos infecciosos no efluente final aponta para a necessidade de desinfecção dessa matriz após a BA, visando reciclo seguro desses efluentes na biofertilização e fertirrigação.