Tesis
Estudo da ação de veneno bruto de Micrurus altirostris (cobra coral uruguaiana) sobre a junção neuromuscular e da capacidade de neutralização do antiveneno comercial e do anti-soro especifico
Study of Micrurus altirostris (Uruguaiana coral snake) crude venom on neuromuscular junction and the neutralization ability by commercial antivenom and specific antiserum
Registro en:
(Broch.)
Autor
Abreu, Valdemir Aparecido de
Institución
Resumen
Orientador: Lea Rodrigues Simioni Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas Resumo: Neste trabalho, foi estudada a ação do veneno de Micrurus altirostris (cobra coral Uruguaiana) nas concentrações de 0,1; 0,5; 1; 5 e 10 µg/mL sobre a junção neuromuscular em preparações isoladas de ave (biventer cervicis de pintainho) e de mamífero (nervo frênico-diafragma de camundongo) e também a habilidade do antiveneno comercial produzido pelo Instituto Butantan e do anti-soro específico, produzido em coelhos em neutralizar a neurotoxicidade e a letalidade em pintainhos e camundongos (DL50 0,042 e 0,255 mg/kg), injetados i.m. e i.p., respectivamente, com misturas de veneno (5 DL50): antiveneno ou anti-soro específico (n=6), na razão de 1:1; 1:2,5; 1:5; 1:10 e 1:20. Somente a razão de 1:20 do veneno: antiveneno ou anti-soro neutralizou o bloqueio neuromuscular in vitro e protegeu pintainhos e camundongos contra 5 DL50 do veneno. O veneno causou um completo bloqueio neuromuscular em ambas as preparações, ligando-se aos receptores colinérgicos sub-sinápticos, de maneira irreversível. Inibiu as contraturas causadas por ação da acetilcolina e do carbacol, sem interferir nas respostas ao KCl. O bloqueio neuromuscular causado pelo veneno não apresentou qualquer alteração na ausência de íons Ca2+ ou com a diminuição da temperatura, tampouco foi revertido por ação da neostigmina. A resposta ao estímulo direto não foi afetada na vigência do bloqueio neuromuscular completo, indicando pela perfeita resposta muscular, que a membrana manteve-se íntegra, o que sugere a ausência de uma atividade miotóxica. Os resultados indicaram que o veneno de Micrurus altirostris interfere com a neurotransmissão pós-sináptica e que o antiveneno comercial, bem como o anti-soro específico, produzido em coelhos, possuem baixa eficácia em neutralizar a neurotoxicidade e a letalidade deste veneno. A neutralização da ação neurotóxica e também da letalidade do veneno foi obtida apenas quando a proporção de 1:20 (veneno:antiveneno) foi utilizada Abstract: In this work, we studied the neuromuscular blockade caused by Micrurus altirostris venom (0.1-10 µg/mL) in indirect stimulated chick biventer cervicis and mouse phrenic nerve-diaphragm preparations and the ability of commercial antivenom (Instituto Butantan) and antiserum raised in rabbits to neutralize neurotoxicity and lethality in chicks and mice (LD50 0.042 and 0.255 mg/kg), injected i.m. and i.p., respectively, with venom (5 LD50):antivenom or antiserum mixtures (n=6) of 1:1, 1:2.5, 1:5, 1:10 and 1:20. The venom caused a complete and irreversible neuromuscular blockade in both preparations, binding in the subsynaptics colynergic receptors; inhibited the acetylcholine and carbachol contractures, without interfering on KCl response. The neuromuscular blockade was not Ca2+ or temperature-dependent and did not affect the response to direct stimulation. Only a venom:antivenom or antiserum ratio of 1:20 neutralized the neuromuscular blockade in vitro and protected chicks and mice against 5 LD50 of venom. Our results indicated that Micrurus altirostris venom interferes with postsynaptic neurotransmission and that commercial antivenom and rabbit antiserum have low efficacy in neutralizing the neurotoxicity and lethality of this venom Doutorado Doutor em Farmacologia