Tese
Influência do pré-aquecimento de resinas bulk-fill e cimentos de ionômero de vidro nas propriedades físico-mecânicas
Autor
Lopes, Larissa Coelho Pires
Institución
Resumen
Orientadora: Profª. Drª. Raquel Sano Suga Terada. Coorientadora: Profª. Drª. Renata Corrêa Pascotto. Tese (doutorado em Odontologia) - Universidade Estadual de Maringá, 2020. Um desafio frequente na prática clínica com restaurações de resina composta é conseguir um
bom selamento e consequentemente, boa adaptação marginal. Para as restaurações com
cimentos de ionômero de vidro (CIV), especialmente nos períodos iniciais após a mistura, o
desafio é assegurar que o material atinja bons níveis de resistência mecânica. Uma das
alternativas propostas para contornar esses problemas tem sido o pré-aquecimento das resinas
antes da inserção do material na cavidade e o aquecimento do CIV recém-manipulado com
fontes de calor. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do préaquecimento
de resinas compostas bulk-fill e de CIV nas propriedades físico-mecânicas. Para
tanto, foram realizados quatro trabalhos, sendo uma revisão sistemática e três ensaios
laboratoriais. Os objetivos de cada estudo foram: 1) realizar uma revisão sistemática sobre a
influência do pré-aquecimento e/ou aquecimento de materiais resinosos e ionoméricos nas
propriedades físicas e mecânicas e discutir os benefícios e as formas de pré-aquecimento que
têm sido realizadas; 2) avaliar o efeito do pré-aquecimento de cimentos de ionômero de vidro
no tempo de estabilização (TS) das ligações químicas e na microdureza; 3) avaliar o efeito do
pré-aquecimento na liberação e absorção de flúor dos CIV Equia Forte/GC e Ketac
Universal/3M ESPE; 4) avaliar o comportamento de fluxo e viscoelasticidade sob tensão de
cisalhamento contínuo, a microdureza e o grau de conversão de resinas compostas bulk-fill de
consistência flow (BFF), em diferentes temperaturas de pré-aquecimento. Com base nos
achados desses estudos, verificou-se que o pré-aquecimento de BFF e CIV é uma técnica
simples, segura e com bons resultados. Com base nos resultados da revisão sistemática
verifica-se que o pré-aquecimento melhora as propriedades mecânicas e físicas dos materiais
resinosos e ionoméricos. Os resultados dos estudos in vitro realizados mostraram que o préaquecimento
de CIV reduziu o TS para o Equia Forte, mas aumentou para o Ketac Universal,
bem como aumentou significativamente a microdureza do Ketac Universal e Equia Forte. O
pré-aquecimento dos CIV não alterou o padrão de liberação e absorção de flúor. Com relação
ao pré-aquecimento de BFF verificou-se uma redução da viscosidade, melhora da
microdureza para alguns materiais e que o procedimento não influenciou o grau de conversão
em todas as profundidades da restauração. Conclui-se que as vantagens da indicação de mais
uma etapa de pré-aquecimento das resinas compostas bulk-fill flow ou ionômeros de vidro ao
procedimento restaurador são questionáveis. Para atingir bons resultados é necessário
agilidade para que os materiais não percam calor até o momento do procedimento restaurador e cuidado para não incluir bolhas e evitar a formação de gaps, o que compromete o melhor desempenho da restauração. A frequent challenge in clinical practice with composite resin restorations is to achieve a good
seal and, consequently, good marginal adaptation. For restorations with glass ionomer
cements (GIC), especially in the initial periods after mixing, the challenge is to ensure that the
material reaches good levels of mechanical resistance. One of the proposed alternatives to
overcome these problems has been the preheating of the resins before the insertion of the
material in the cavity and heating the newly GIC manipulated with heat sources. In this
context, the objective of this work was to evaluate the influence of the preheating of bulk-fill
and GIC composite resins on the physical-mechanical properties. For this purpose, four
articles were carried out, one being a systematic review and three laboratory tests. The
objectives of each study were: 1) to carry out a systematic review on the influence of the
preheating and / or heating of resinous and ionomeric materials on the physical and
mechanical properties and to discuss the benefits and the forms of preheating that have been
carried out for resinous materials and glass ionomer cements; 2) evaluate the effect of
preheating glass ionomer cements on the stabilization time (ST) of chemical bonds and on
microhardness; 3) to evaluate the effect of preheating on the fluoride release and absorption of
the GIC Equia Forte / GC and Ketac Universal / 3M ESPE; 4) to evaluate the behavior of flow
and viscoelasticity under continuous shear stress, the microhardness and the degree of
conversion of bulk-fill resins of flow consistency (BFF), at different preheating temperatures.
Based on the findings of these studies, it was found that the preheating of BFF and CIV
composite resins is a simple, safe technique and with good results. Based on the results of the
systematic review, it appears that preheating improves the mechanical and physical properties
of resin and ionomeric materials. According to the in vitro studies carried out, the following
results were found: the pre-heating of GIC reduced the ST for Equia Forte, but increased for
Ketac Universal, as well as significantly increased the microhardness of Ketac Universal and
Equia Forte. The preheating of the GIC did not change the fluoride release and absorption
pattern. Regarding the preheating of BFF, a reduction in viscosity was observed,
improvement of microhardness for some materials and that the procedure did not influence
the degree of conversion in all depths of the restoration. It is concluded that the advantages of
indicating yet another preheating step for bulk-fill flow resins or glass ionomers still in the
restorative procedure are questionable. To achieve good results, agility is required so that the
materials do not lose heat until the moment of the restorative procedure and care not to include bubbles and avoid the formation of gaps, which compromises the best performance of the restoration.