Dissertação
As mulheres e a Revolução Sandinista : a construção de uma nova hegemonia
Registro en:
PEREIRA, Nicolle Montalvão. As mulheres e a Revolução Sandinista: a construção de uma nova hegemonia. 2018. 157 f. Dissertação (mestrado em Ciências Sociais)--Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Ciências Sociais, 2018, Maringá, PR.
Autor
Pereira, Nicolle Montalvão
Institución
Resumen
Orientador: Prof.ª Dr.ª Meire Mathias Dissertação (mestrado em Ciências Sociais)--Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Ciências Sociais, 2018 Resumo: A Revolução Sandinista na Nicarágua (1979 - 1990), com inspiração na Revolução Cubana de 1959, foi um peculiar processo de insurreição popular que, através da luta armada, derrubou a ditadura da família Somoza e reconstruiu um país em ruínas. Porém, para melhor entender esse processo revolucionário é fundamental reconhecer o papel das mulheres, visto que elas estavam presentes nos dois momentos da revolução: no primeiro de guerrilhas urbanas e no campo e da inevitável guerra civil - que derruba o regime somozista -, ocupando diversas funções; e no segundo momento, de construção da Nova Nicarágua, onde estas mulheres permaneceram organizadas. A mulher sandinista se inseriu, portanto, de forma orgânica na revolução e certamente o triunfo desta só foi possível devido não somente ao apoio, mas à presença ativa de campesinas, operárias, professoras, estudantes, jovens e adolescentes, senhoras mães e avós, filhas, esposas, companheiras, artistas e militantes, enfim, mulheres. Estima-se que estas eram cerca de 30% do Exército Popular Sandinista (EPS). No entanto, a natureza paradigmática da Revolução Sandinista não impediu que as mulheres nicaraguenses encontrassem inúmeros desafios, até mesmo na Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o que as recolocou em uma posição de subalternidade dentro da própria luta sandinista. Por fim, sabe-se que a construção de uma nova Nicarágua não se consolidou, sucumbindo em 1990 com a vitória da liberal Violeta Chamorro nas eleições à presidência, reestabelecendo uma hegemonia burguesa sob o formato do neoliberalismo. Desta maneira, o presente trabalho visa, dentro do campo teórico do marxismo, especificamente no que concerne às categorias do pensador sardo Antonio Gramsci de hegemonia, classes subalternas (ou grupos subalternos) e transformismo, analisar a participação orgânica das mulheres na Revolução Sandinista, evidenciando o âmbito das disputas hegemônicas na construção de uma nova sociedade, além de elencar ao debate feminista latino-americano a essencial vinculação entre a luta das mulheres e a luta de classes Abstract: The Sandinista Revolution in Nicaragua (1979 - 1990), inspired by the Cuban Revolution of 1959, was a peculiar process of popular uprising that, through armed struggle, overthrew the dictatorship of the Somoza family, and rebuilt a country in ruins. However, for a better understanding of the process, is fundamental to recognized the role of women, because they were present in two moments of the revolutionary process: the first one of guerrillas in the countryside and in the city, and a civil war - that overthrew the Somoza - in many functions, including armies command; and in the second one, of a New Nicaragua's building, where these women remained organized. The Sandinista woman enter herself in an organic format in the revolution and, for sure, the triumph was possible because not just the support, but for the active presence of farmworkers, urban workers, teachers, students, young women and teenagers, mothers and grandmothers, daughters, wives, companions, artists and militants, anyway, women. It is estimated that women were 30% of the Sandinista Popular Army (EPS). After all, the paradigmatic nature of the Sandinista Revolution didn't prevent the Nicaraguan women find many challenges, even in the Sandinista National Liberation Front (FSLN), what put them at a subaltern position within the Sandinista struggle. Finally, it's known that the construction of a new Nicaragua isn't consolidated, succumbing in 1990 with the victory of liberal Violeta Chamorro on the presidential election, returning into a bourgeois hegemony, in the neoliberalism format. Thus, the present research aims, within the theoretical field of Marxism, specifically about the categories of the Sardinian thinker Antonio Gramsci of hegemony, subaltern class (or subaltern groups) and transformismo , to analyses the women's organic participation into Sandinista Revolution, highlighting the scope of the hegemonic disputes in the construction of a new society, in addition to listing the Latin American feminist debate the essential binding between the women's struggle and class struggle