Dissertação
Avaliação da Segurança Nutricional De Pereskia Aculeata Miller e Seus Aspectos Nutritivos Em Uma Dieta Crônica de Suplementação Alimentar Proteica Para Camundongos
Registro en:
NASCIMENTO, E. R. M. (2016)
Autor
Nascimento, Etho Roberio Medeiro
Resumen
NASCIMENTO, Etho Roberio Medeiros. Avaliação da segurança nutricional de Pereskia Aculeata Miller e seus aspectos nutritivos em uma dieta crônica de suplementação alimentar proteica para Camundongos. 2016. 133 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado Acadêmico em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis, Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira, Redenção-Ceara, 2016. Diante da grande biodiversidade brasileira, surge a perspectiva de aproveitamento de algumas
espécies para fins alimentícios, com destaque para as hortaliças não-convencionais, por
possuírem grande quantidade de nutrientes. Devido ao seu alto teor de nutrientes, a Pereskia
aculeata Miller (P. aculeata) destaca-se como uma das espécies mais promissoras de grupo.
Entretanto, sob a perspectiva de que a ingestão de vegetais pode resultar na intoxicação ou no
surgimento de alterações metabólicas, faz-se necessário pesquisar sobre as propriedades
tóxicas, antinutricionais e os respectivos efeitos no organismo humano. O objetivo do
presente trabalho foi avaliar os possíveis efeitos toxicológicos, antinutricionais e alterações
metabólicas em camundongos submetidos a uma suplementação alimentar com farinha de P.
aculeata na alimentação. Os animais foram submetidos ao teste Up-and-Down, ensaios de
suplementação crônica por 30 e 90 dias, e a testes para a determinação de fatores
antinutricionais. O teste Up-and-Down se deu através da estimativa da DL50 em que foram
administradas doses de 175 mg/kg a 5.000 mg/kg de animal, por via oral. Na avaliação da
suplementação por 30 e 90 dias, a farinha das folhas de P. aculeata foi suplementada na
ração convencional de camundongos, nas concentrações de 5%, 10% e 20% de inclusão. A
determinação dos fatores antinutricionais se deu através dos ensaios de atividade inibitória de
tripsina e determinação da concentração de taninos totais. Nesses protocolos, foram avaliados
parâmetros comportamentais, bioquímicos, hematológicos e histopatológicos. Também foram
realizadas análises para a determinação bromatológica das folhas de P. aculeata. Os dados
bioquímicos e hematológicos obtidos, além dos relacionados ao ganho de massa corpórea,
ingestão de água e ração, bem como a massa dos órgãos, foram tabulados e plotados nos
programas GraphpadPrism 5.0 e Microsoft Office Excel 2013® para análise estatística. A
DL50 da P. aculeata nesse estudo foi estimada superior a 5000 mg/Kg, além de não apresentar
efeitos toxicológicos ou alterações comportamentais nos animais submetidos ao teste. Na
análise de suplementação crônica por 30 e 90 dias, os animais apresentaram redução nos
teores de glicose, triglicerídeos e colesterol. Entretanto, os mesmos apresentaram valores
elevados para AST e ALT, o que pode estar relacionada com as alterações hepáticas
observadas nesse estudo. Além disso, os animais apresentaram alterações nos parâmetros
hematimétricos, o que aponta indícios de anemia, e lesões histopatológicas no fígado. Além
disso, a planta estudada em questão, apresentou baixos teores de inibidores de tripsina (0,114
UI/mg) e taninos taninos (0,40%), na sua composição. Deste modo, observa-se que a P.
aculeata possui efeitos deletérios a níveis bioquímicos, hematológicos e histopatológicos aníveis crônicos de suplementação, mais precisamente no nível de inclusão de 20% na ração,
mas sem ocasionar efeitos severos ou levar os animais a óbito.