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Representatividade de mulheres negras na ciência e ações afirmativas: estudo no Instituto Federal de Educação em Salvador – Bahia
Registro en:
CONCEIÇÃO, C. C. S. (2022)
repositorio.unilab.edu.br/jspui/handle/123456789/2490
Autor
Conceição, Caliane Costa dos Santos da
Resumen
CONCEIÇÃO, Caliane Costa dos Santos da. Representatividade de mulheres negras na ciência e ações afirmativas: estudo no Instituto Federal de Educação em Salvador – Bahia. 2022. 21 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Gênero, Diversidade e Direitos Humanos) - Instituto de Educação a Distância, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, São Francisco do Conde, 2022. O presente artigo apresenta e discute acerca da representatividade de mulheres negras na ciência e as ações afirmativas no Instituto Federal em Salvador, Bahia. A pouca presença de pessoas negras, mulheres e pobres, bem como a ausência de reconhecimento daqueles (as) que conseguiram romper as barreiras e acessar o espaço da produção de conhecimento, reflete a exclusão que permeia a sociedade. No entanto, com a aprovação da Lei 10.639/03, há o reconhecimento desta discriminação, no que tange às questões raciais e à obrigatoriedade de inserir nos currículos essa discussão; é preciso construir estratégias para desestabilizar o padrão de ciência que tem vigorado historicamente. Nesse sentido, a investigação buscou compreender “em que medida a própria presença de docentes negras da área de ciências em sala de aula pode contribuir para a implementação da Lei 10.639/03 no IFBA/Campus Salvador?”. Compreendendo que esta presença rompe com o estereótipo de cientista historicamente produzido, ao tempo em que pode ajudar a construir a autoestima de estudantes ao criar referências/referenciais positivos em suas trajetórias de formação. A pesquisa foi realizada através de um estudo de caso de natureza qualitativa, e exploratória quanto aos objetivos. Para produção de dados, utilizou-se a entrevista semiestruturada e a análise do discurso sócio-histórico crítico, que possibilitaram a interpretação dos dados, evidenciando as nuances das categorias analíticas. Constatou-se, a partir disso, que a negação da presença negra nos espaços educativos ocorre de diferentes maneiras, sutis e veladas, tanto no currículo formal, quanto na relação professor (a) – estudante. Construir uma autoestima positiva, e se tornar parte do espaço acadêmico, inclui se reconhecer e ser reconhecido pelo(a) outro(a) como membro, mas considerando que o padrão hegemônico é branco, masculino, classe média, heterossexual, ter na instituição docentes negras pode ser um elemento importante no processo de afiliação simbólica dos estudantes. Sendo assim, as cientistas observam que a sua presença pode ter impacto positivo no processo de afiliação simbólica dos estudantes e ser um elemento agregador no processo de permanência.