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Candomblé: Axé e Ancestralidade como categoria analítica afrocêntrica
Registro en:
FAISLON, L. L. (2020)
Autor
Faislon, Leonardo Lázaro
Resumen
FAISLON, Leonardo Lázaro. Candomblé: Axé e Ancestralidade como categoria analítica afrocêntrica. 2020. 25 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Sociais) - Instituto de Humanidades e Letras dos Malês, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, São Francisco do Conde, 2020. Por mais de 300 anos o Brasil conviveu com o processo de escravização imposto pelas relações comerciais da Europa que à época anterior a 1500 expatriava o continente africano através do transito transatlântico, esse trafico transportou o mundo negro africano para cá, tendo este resistido até a presente data, configurando o modo de vida de diversos territórios afro-brasileiros a exemplo das comunidades e povos de matrizes africanas. Sobre este cenário, aborda-se neste artigo o Candomblé como lugar radicado das dinâmicas culturais e civilizatórias do legado africano na diáspora brasileira, desejando refletir sobre suas contribuições epistemológicas localizadas a partir do pensamento afrocêntrico. Para tanto, abordou-se a ancestralidade como categoria analítica afrocêntrica para a compreensão do conceito de filosofia africana. De acordo com Santos (2008) “a ancestralidade é o movimento transitório da sabedoria, no qual os mais velhos passam aos mais novos todos os conhecimentos, o pensamento filosófico, a ética, e todos os fundamentos essenciais para a preservação da cultura e da tradição”. Em seguida abordou-se o Axé como categoria analítica afrocêntrica para a compreensão do conceito holístico de lugar. Para esta compreensão teceu-se inicialmente uma abordagem no tocante as configurações da dominação eurocêntrica no Brasil. Em seguida, abordou-se a gênesis e a dinâmica da ideologia do racismo como metodologia de desumanização, instrumentalizada pela violência dos corpos e das mentes dos povos racializados conduzindo a sua decomposição ontológica e consolidação da dominação eurocêntrica. Como proposta de fundamentação epistemológica para a problemática da dominação apresentada compreendeu-se o imperativo do resgate da memória ancestral africana.