Dissertação
Avaliação da dor e do potencial analgésico do tramadol pós-injeção intraovariana de cloreto de cálcio em ratas
Registro en:
CAMPOS, Gabrielle Christine de Souza. Avaliação da dor e do potencial analgésico do tramadol pósinjeção
intraovariana de cloreto de cálcio em ratas. 44 p. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) – Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana, Uruguaiana, 2019.
Autor
Campos, Gabrielle Christine de Souza
Institución
Resumen
The use of animals in scientific research is still frequent. There are several situations where
there are no in vitro experimental models that can fulfill the research objectives. Many of
these studies involve surgical procedures, which ethically require the identification and
correct management of pain during the postoperative period, aiming at animal welfare.
However, the lack of the verbal component makes the evaluation of pain in animals more
difficult and the methods less precise when compared to those employed in humans.
However, a non-verbal human pain coding system has been adapted for veterinary medicine.
The scale became known as Grimace Scale. In this context, the objective of this study was to
identify, through Rat Grimace Scale (RGS), the presence of pain in rats after intraovarian
application of calcium chloride in different concentrations, as well as to evaluate the analgesic
efficacy of tramadol as rescue analgesia, where necessary. For this, 30 Wistar rats were
randomly divided into three groups: Control group (GC, with 0.9% sodium chloride
intraovarian application), Group 10 (G10, with 10% calcium chloride intraovarian
application) and Group 20 (G20, with intraovarian application of 20% calcium chloride). The
animals were induced and maintained anesthetized with isoflurane for the application of the
treatments, guided by ultrasound. The time of anesthesia and recovery of the animals was
recorded. The evaluation of the presence or absence of pain was performed at 30 min and 1h,
1h30, 2h, 6h, 12h, 24h and 36 hours after anesthesia recovery, by two evaluators trained in the
use of the scale and "blind" to the treatments. Animals that presented a final score> 1 at any
time of the evaluation received 10 mg / kg of tramadol via SC, as an analgesic rescue. The
results showed that the scores obtained were significantly higher in the G20 when compared
to the GC from the 1h30 evaluation and 1h in the G10. However, after 12 hours after recovery
from anesthesia, there were no differences between the groups until the end of the evaluation.
Regarding analgesic rescue, the percentage of rescued animals was significantly higher in
G20 (60%) when compared to GC (10%) and G10 (10%). No animal needed more than one
ransom. The use of RGS showed to be effective in the identification of pain in rats after
calcium chloride injection, evidenced by the differences found between the groups. Also, the
10mg/kg dose of tramadol was effective in controlling pain, regardless of the treatment. A utilização de animais em pesquisas científicas ainda é frequente. Diversas são a
situações onde não existem modelos experimentais in vitro que consigam atender os objetivos
das pesquisas. Muitos desses estudos envolvem procedimentos cirúrgicos, os quais eticamente
necessitam da identificação e do correto manejo da dor durante o período pós-operatório,
visando o bem-estar animal. No entanto, a falta do componente verbal faz com que a
avaliação de dor em animais seja mais difícil e os métodos menos precisos quando
comparados aos empregados em humanos. Contudo, um sistema de codificação de dor em
humanos não-verbais foi adaptado para a medicina veterinária. A escala ficou conhecida
como Grimace Scale. Neste contexto, este estudo teve como objetivo identificar, por meio da
Rat Grimace Scale (RGS), a presença de dor em ratas após a aplicação intraovariana de
cloreto de cálcio em diferentes concentrações, assim como avaliar a eficácia analgésica do
tramadol como analgesia de resgate, nos casos necessários. Para isso, foram utilizadas 30
ratas Wistar divididas aleatoriamente em três grupos: Grupo controle (GC, com aplicação
intraovariana de cloreto de sódio 0,9%), Grupo 10 (G10, com aplicação intraovariana de
cloreto de cálcio à 10%) e Grupo 20 (G20, com aplicação intraovariana de cloreto de cálcio à
20%). Os animais foram induzidos e mantidos anestesiados com isofluorano, para a aplicação
dos tratamentos, guiada por ultrassom. Foi registrado o tempo de anestesia e de recuperação
dos animais. A avaliação quanto a presença ou não de dor foi realizada aos 30 min e 1h, 1h30,
2h, 6h, 12h, 24h e 36 horas após a recuperação da anestesia, por dois avaliadores treinados no
uso da escala e “cegos” aos tratamentos. Os animais que apresentaram escore final > 1 em
qualquer momento da avaliação receberam 10 mg/kg de tramadol por via SC, como resgate
analgésico. Os resultados demonstraram que os escores obtidos foram significativamente
maiores no G20 quando comparados aos do GC a partir de 1h30 de avaliação e de 1h no G10.
No entanto, a partir das 12h após a recuperação da anestesia, não houve mais diferenças entre
os grupos até o término das avaliações. Em relação ao resgate analgésico, a porcentagem de
animais resgatados foi significativamente maior no G20 (60%) quando comparado ao GC
(10%) e G10 (10%). Nenhum animal necessitou de mais de um resgate. O uso da RGS
demonstrou ser efetivo na identificação da dor nas ratas após injeção de cloreto de cálcio,
evidenciado pelas diferenças encontradas entre os grupos. Também a dose de 10mg/kg de
tramadol demonstrou ser efetiva no controle da dor, independente do tratamento.