Dissertação
Avaliação in silico e ex vivo em leucócitos humanos do corante Tartrazina: da citotoxicidade à genotoxicidade
In silico and ex vivo evaluation in human leukocytes of the dye Tartrazine: from cytotoxicity to genotoxicity
Registro en:
FLORIANO, Jassana Moreira. Avaliação in silico e ex vivo em leucócitos humanos do corante Tartrazina: da citotoxicidade à genotoxicidade. 47 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, 2018.
Autor
Floriano, Jassana Moreira
Institución
Resumen
The use of food colorings has a long recorded history. Tartrazine (TRZ) is a dye that confers a
lemon-yellow color to food and is widely used in the manufacture of numerous food products,
as well as in pharmaceuticals and cosmetics. However, few studies have addressed the
toxicology of TRZ in human cells or tissues. Considering the frequent consumption of the TRZ
dye in food products and the lack of toxicological data, the present study aimed to evaluate the cytotoxicity and genotoxicity of the TRZ dye in human leukocyte cultures and perform
theoretical studies to predict its toxicity in silico. Leukocyte cultures were treated with TRZ at
concentrations of 5, 17.5, 35, 70, 100, 200, 300, 400, and 500 μg/mL. All groups were assayed
in triplicates. The mutagenicity was evaluated using the micronucleus test, the nuclear division
index, and the nuclear division cytotoxicity index, and the chromosomal instability was
quantitatively evaluated by band cytogenetics. Genotoxicity was evaluated using the alkaline
comet test. Viability was assessed using the Trypan Blue method. Statistical analyses were
performed using analysis of variance followed by Tukey’s post hoc test, with a p value <0.05
reflecting statistical significance. No mutagenicity or cytotoxicity was found for the dye at the
concentrations evaluated. However, DNA damage was induced by TRZ at a concentration of
70 μg/mL, which reaches the plasma peak concentration range. These results were confirmed
by the predictive data from the in silico evaluations. Further studies are required to confirm our data, considering the frequency of the use of TRZ in the diet of the population, including that of children, as well as the exposure to TRZ through drugs, cosmetics, and other non-food
products. O uso de corantes alimentares está presente nos registros históricos da civilização. Utilizados
inicialmente como especiarias e condimentos, grande parte foi substituída por corantes
artificiais, que ganharam outras aplicações. A Tartrazina (TRZ) é um corante que confere a cor
amarelo-limão aos alimentos, amplamente utilizada na fabricação de inúmeros produtos
alimentícios, além de produtos farmacêuticos e cosméticos. Contudo, existem poucos estudos
voltados à toxicologia da TRZ em células ou tecidos humanos. Assim, considerando o frequente
consumo do corante TRZ em produtos alimentícios e a lacuna de dados toxicológicos,
objetivou-se neste trabalho avaliar a citotoxicidade e a genotoxicidade do corante TRZ em
cultura de leucócitos humanos, bem como estudos teóricos preditivos de toxicidade in silico.
As culturas de leucócitos foram preparadas nas concentrações de 5, 17,5, 35, 70, 100, 200, 300, 400, 500 μg/mL de TRZ. Todos os ensaios foram realizados em triplicata. A mutagenicidade foi avaliada através do teste de micronúcleos, do índice de divisão nuclear, do índice de citotoxicidade de divisão nuclear e quantificação da instabilidade cromossômica pela
Citogenética da Banda G. A genotoxicidade foi avaliada através do teste Cometa Alcalino. A
citotoxicidade foi avaliada através da análise de viabilidade celular utilizando o método do Azul
de Tripam. Os dados estatísticos foram avaliados através da análise de variância (ANOVA)
seguida de teste Post-Hoc de Tukey, admitindo valor de p<0,05. Não foram encontrados
resultados de mutagenicidade e citotoxicidade para o corante nas concentrações avaliadas. No
entanto, foi observado dano de DNA a partir da concentração de 70 μg/mL de TRZ. Tais
resultados foram confirmados pelos dados preditivos das avaliações in silico. Outros estudos
são necessários para a complementariedade dos dados, considerando a frequência de utilização da TRZ na alimentação da população, incluindo crianças, bem como a exposição a fármacos, cosméticos e demais produtos não alimentícios.