Tese
Efeitos do treinamento físico e cognitivo nos déficits de memória relacionados a neurotoxicidade induzida pela proteína beta-amiloide
Effects of physical and cognitive training on memory deficits related to beta-amyloid protein-induced neurotoxicity
Registro en:
DARE, Leticia Rossi. Efeitos do treinamento físico e cognitivo nos déficits de memória relacionados a neurotoxicidade induzida pela proteína beta-amiloide. 135 p. Tese (Doutorado em Ciências Fisiológicas) - Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, 2020.
Autor
Dare, Leticia Rossi
Institución
Resumen
Alzheimer’s disease (AD) is the biggest cause of dementia, accounting for 50%–75% of dementia cases in the world. AD is characterized by the presence of amyloid-β (Aβ), oxidative damage and neuronal degeneration, which, together with other pathological events, promote progressive memory loss and cognitive decline. Currently, an AD has no cure and treatment is limited. Researches focused on non-pharmacological treatment have been developed with the aim to act in brain plasticity and to minimize the neurotoxicity caused by Aβ peptide. Considering that physical exercise neuroprotective effects on the prevention of cognitive deficits are well elucidated, it is important to clarify the effects of cognitive training. Our hypothesis is that cognitive exercise has preventive and therapeutic effects similar or comparable effects to those observed in physical exercise, considering that it can promote the plasticity stimulation. The regular practice of physical exercise is a consolidated strategy on the prevention of cognitive deficits; however, little is known about the effects of acute exercise on memory. We hypothesize that one physical exercise session could act as a modulator of learning. So, our other hypothesis is that one single session of physical exercise performed after learning can modulate learning, improving consolidation of memory, even in deficits situation. To test these hypothesis, using an animal model Aβ-induced neurotoxicity, the present study shows that the physical and cognitive exercise are strategies able to prevent and to reverse the recognition memory deficits, to decrease the hippocampal ROS levels and lipid peroxidation, to restore the acetylcholinesterase activity in the hippocampus, parameters altered by Aβ-induced neurotoxicity. In addition, physical and cognitive training were able to reorganize, at least in part, the hippocampal morphological organization. In our third study, we demonstrated that one physical exercise session, performed after learning is able to improve recognition memory persistence in control rats and the memory consolidation in animals with cognitive deficit related to amyloid-β neurotoxicity. We verified that between the mechanisms involved in the effects of acute exercise on memory is the dopaminergic syst em activation. Based on our findings, we can conclude that cognitive exercise is as good as physical exercise as prevention and therapy for memory deficits related to Aβ-induced neurotoxicity, which act through oxidative balance. It is still possible to conclude that acute exercise is an effective strategy as a learning modulator, promoting memory consolidation in animals with cognitive deficits. More studies are necessary to investigate additional mechanisms that can help explain: (i) additional mechanisms to explain the effects of cognitive exercise; (ii) its effects on memory persistence; and, (iii) its effects in other experimental models related to AD. It is also important to investigate other mechanisms that may be involved in the benefits of acute exercise and to investigate whether the association of physical and cognitive exercise could enhance the effects observed in individual therapies. A doença de Alzheimer (DA) é a maior causa de demência no mundo, representando 50% a 75% dos casos. Ela é caracterizada pela deposição da proteína β-amiloide (βa), dano oxidativo e degeneração neuronal, que, juntamente com outros eventos patológicos, promovem perda progressiva de memória e declínio cognitivo. Atualmente, a DA não tem cura e o tratamento é limitado. Pesquisas voltadas ao tratamento não farmacológico têm sido desenvolvidas com o objetivo de atuar na plasticidade cerebral e minimizar a neurotoxicidade causada pela proteína βa. Considerando que os efeitos neuro protetores do exercício físico são amplamente estudados, é importante esclarecer os potenciais efeitos do exercício cognitivo. Nossa hipótese é que o exercício cognitivo tenha efeitos preventivos e terapêuticos semelhantes ou comparáveis aos observados no exercício físico, considerando a estimulação da plasticidade que ele pode promover. Ainda, embora a prática regular de exercício físico seja uma estratégia consolidada na prevenção de déficits cognitivos, pouco se sabe sobre os efeitos do exercício agudo na memória. Neste sentido, nossa outra hipótese é que uma única sessão de exercício físico realizada em uma janela temporal próxima a um aprendizado possa modular o mesmo,
qualificando a consolidação da memória, mesmo em situações de déficits. Para testar estas hipóteses, usando um modelo de neurotoxicidade induzido pela βa em ratos, demonstramos em nossos dois primeiros estudos que o exercício físico e o cognitivo são estratégias capazes tanto de prevenir, como de tratar os déficits da memória de reconhecimento, evitar o aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio e peroxidação lipídica hipocampal, e melhorar a atividade da acetilcolinesterase no hipocampo, parâmetros alterados pela neurotoxicidade induzida pela βa, além de reorganizar, ou manter a organização, pelo menos em parte, da morfologia do tecido hipocampal. Ainda, em nosso terceiro estudo demonstramos que uma única sessão de exercício físico realizada após o aprendizado é capaz de promover a persistência da memória de reconhecimento em ratos controle e a consolidação da memória em animais com déficit cognitivo induzido pela βa. Verificamos que entre os mecanismos envolvidos nos efeitos do exercício agudo sobre a melhora da memória está a ativação do sistema dopaminérgico. Com base nos nossos achados podemos concluir que o exercício cognitivo é tão bom quanto o exercício físico na prevenção e no tratamento dos déficits de memória relacionados à neurotoxicidade induzida pela proteína βa, e que atuam no equilíbrio oxidativo. Ainda, é possível concluir que o exercício físico é uma estratégia eficaz como modulador da aprendizagem, promovendo a consolidação da memória em animais com déficits cognitivos. Estudos subsequentes são necessários para investigar: (i) mecanismos adicionais que possam ajudar a explicar os efeitos do exercício cognitivo; (ii) seus efeitos na persistência da memória; e, (iii), seus efeitos em outros modelos experimentais relacionados à DA. Também é importante investigar outros mecanismos que podem estar envolvidos nos benefícios do exercício agudo e investigar se a associação do exercício físico e cognitivo poderia potencializar os efeitos observados nas terapias individuais.