Espécies de camarões como biomonitoras da contaminação por mercúrio na bacia do Rio Madeira
Registro en:
GALVÃO, Roberta Carolina Ferreira. Espécies de camarões como biomonitoras da contaminação por mercúrio na bacia do Rio Madeira. 2010. 60 f. : il. Dissertação ( Mestrado)- Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional em Meio Ambiente, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2010.
Autor
Galvão, Roberta Carolina Ferreira
Bastos, Wanderley Rodrigues
Institución
Resumen
Dissertação de Mestrado apresentada junto
ao Programa de Desenvolvimento Regional
e Meio Ambiente, Área de Concentração
em Monitoramento Ambiental para
obtenção do Título de Mestre em
Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente. Orientador Prof. Dr. Wanderley Rodrigues Bastos As concentrações de mercúrio (Hg) em camarões têm sido avaliadas por vários autores devido
ao fato desses organismos estarem expostos aos riscos de contaminação e intoxicação por este
elemento. Macrobrachium brasiliense, Macrobrachium depressimanum e Macrobrachium
jelskii são espécies de camarões, sem valor comercial, mas que constituem uma rota potencial
de transferência de mercúrio ao longo da cadeia alimentar, principalmente para os peixes
comerciais que delas se alimentam, por isso, o interesse em utilizá-las como biomonitoras.
Além disso, por não haver registros da contaminação por Hg em camarões na região
amazônica, justifica-se investigá-lo nessas espécies, assim o objetivo geral deste trabalho foi
avaliar as concentrações de Hg-T em camarões inteiros e compartimentalizados no rio
Madeira e em seus afluentes no estado de Rondônia. Nesse estudo 402 espécimes de camarões
foram coletados em julho de 2008, agosto e novembro de 2009 e maio de 2010, com auxílio
de peneira e rede de arraste (4 e 7 mm entre nós adjacentes, respectivamente), sendo que se
padronizou um esforço de procura de 10 minutos para o peneiramento do sedimento e da
vegetação aquática marginal em quatro pontos de amostragem no rio Madeira: rio Madeira
frente ao Igarapé Caripuna, frente ao Igarapé Jatuarana, frente a cachoeira Santo Antônio e
frente ao Igarapé Belmont. Ainda foram amostrados camarões no rio Branco, rio Jaci-Paraná
(foz), Igarapé Jatuarana I, Igarapé Belmont e Igarapé Caripuna. Em laboratório os camarões
foram pesados em balança analítica e digeridos no forno de microondas específico para
digestão de amostras utilizando-se de 1 mL de H2O2, 3 mL de HNO3 e 3 mL KMnO4. A
quantificação de Hg foi realizada pela técnica de espectrofotometria de absorção atômica por
geração de vapor frio. Alguns camarões foram analisados, quanto à concentração de Hg-T,
individualmente e por inteiro, enquanto outros de forma compartimentalizada e agrupados em
pools (grupos) de exoesqueleto, tecido muscular e hepatopancreático. Esses pools foram
organizados por classes de tamanho. As concentrações médias de Hg-T nos indivíduos não
compartimentalizados variaram de 0,043±0,038 a 0,309±0,222 mg.kg-1. As concentrações de
Hg-T foram menores nos tecidos musculares e maiores no tecido hepatopancreático, elas
variaram de 0,016±0,013 mg.kg-1 no tecido muscular a 0,387 mg.kg-1 no tecido
hepatopancreático, tais valores estão abaixo dos limites determinados pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária para consumo humano (0,50 mg.kg-1). Pode-se afirmar que os
camarões podem ser utilizados como biomonitores da presença de Hg na bacia rio Madeira,
pelos seguintes fatores: são pouco móveis e podem ser encontrados em abundância no período
de vazante, entretanto pode-se mencionar como desvantagem para o biomonitoramento das
concentrações de Hg-T em camarões, o fato da sazonalidade influenciar na densidade destes
organismos, pois estes encontram-se muito dispersos no período de águas altas.