Autoria e construção do sujeito em prática de letramento: uma análise discursiva
Registro en:
VIEIRA, Enilde Rocha. Autoria e construção do sujeito em prática de letramento: uma análise discursiva. 2015. 125 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2015.
Autor
Vieira, Enilde Rocha
Martins, Lusinilda Carla Pinto
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado Acadêmico em Letras, da
Fundação Universidade Federal de
Rondônia – UNIR, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre
em Letras.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Lusinilda Carla
Pinto Martins. O tema do presente trabalho refere-se à autoria e à construção do sujeito em práticas de
letramento. O objetivo geral foi contribuir com as pesquisas na área do Ensino de Língua
Portuguesa, mais especificamente no que se refere à produção de textos no espaço escolar, a
partir da análise da função/autor em uma prática de letramento ideológico, conforme Street
(2010). Os objetivos específicos foram analisar (i) os índices de autoria nas produções escritas
por alunos de 5º ano; (ii) o processo da retextualização na passagem de um texto oral para o
escrito e, ainda, (iii) as vozes do discurso circulantes nos textos. A hipótese do trabalho
assenta-se na ideia de que uma prática de letramento ideológico poderia contribuir para o
processo de construção de autoria e da noção de sujeito em produções escritas por alunos de
5º ano. As perguntas norteadoras da pesquisa foram: I – Que marcas de subjetividade
inscrevem o sujeito na função/autor em textos escritos por alunos do 5º ano? II – O processo
da retextualização possibilita a constituição do sujeito autor? III – Que vozes aparecem nos
discursos produzidos pelos alunos? Mediante uma abordagem discursiva de análise e os
postulados teóricos de Foucault (2001,2007), Benveniste (1989), Tfouni (2012) e Possenti
(1986), buscamos identificar o sujeito discursivo por meio dos dêiticos, da deriva e da
dispersão de sentidos. À luz da teoria de Marcuschi (2010) sobre o processo da
retextualização, avaliamos as transformações ocorridas na passagem de um texto oral para um
texto escrito. Com base no conceito de polifonia buscamos em Bakhtin (1997) e Maingueneau
(1993) ouvir as múltiplas vozes que se cruzam nos discursos presentes nos referidos textos. A
análise do corpus mostrou a subjetividade esboçada nas marcas de autoria presentes nos
textos dos alunos tanto pela utilização dos recursos expressivos da linguagem (dêiticos, por
exemplo) quanto pelo modo singular de cada produtor, ao fazer uso da língua, transformandoa
em discurso.