Narrativas orais de experiências pessoal de sujeitos jaruenses: caracterização e construção da realidade
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RODRIGUES, Érica Cayres. Narrativas orais de experiências pessoal de sujeitos jaruenses: caracterização e construção da realidade. 2016. 183 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2016.
Autor
Rodrigues, Érica Cayres
Vegini, Valdir
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Acadêmico
em Letras/UNIR, por Érica Cayres Rodrigues, sob a orientação
do Professor Doutor Valdir Vegini, como requisito à obtenção
do grau de Mestre em Letras. O objeto desta dissertação são as narrativas orais de experiência pessoal de sujeitos
jaruenses e seu objetivo é analisar essas narrativas no intuito de extrair delas, em um
primeiro momento, aspectos da memória, o perfil sociocultural e identitário do município
de Jaru e, em um segundo momento, as características da narrativa apontadas por Bruner
(1997) e retomados por Ferreira Netto (2008). Para alcançar esse objetivo, utilizou-se do
método fenomenológico e o etnográfico, sustentado na pesquisa bibliográfica centrada
nos estudos que tratam da Tradição oral, da memória, da cultura, da identidade e das
narrativas orais. Pela pesquisa de campo realizada em Jaru, munícipio do interior de
Rondônia, foram coletadas diversas narrativas orais de experiência pessoal dentre as quais
foram selecionadas quatro delas, de informantes voluntários que chegaram nesse
munícipio na década de 60, quando Jaru era ainda um Seringal, e dos que chegaram na
década de 70, já no ciclo do novo El Dourado, que se caracterizou pela busca de terras.
Como resultado da análise realizada observou-se que as narrativas selecionadas
apresentam fragmentos de memórias individuais que manifestam, em parte, a memória
coletiva de sujeitos radicados no município de Jaru desde as décadas de 60 e 70. Os
relatos desses jaruenses revelam que esse munícipio foi formado tendo como base uma
cultura híbrida, ou seja, um espaço onde houve o encontro de diversas culturas que foram
e continuam sendo transformadas para se adaptarem as novas realidades. Assim, os
enunciadores-narradores assumiram ao longo de suas vidas diversas identidades, dentre
as quais: seringueiro, comerciante, parceleiro, lavadeira de roupa, funcionária pública, e
assim por diante. E, a partir das características da narrativa foi possível, ao menos em
parte, refazer os caminhos trilhados pelos migrantes que chegaram à região da Amazônia
Jaruense nas décadas de 60 e 70.