Efeito do veneno bruto e de duas fosfolipases a2 (balttx-i – lys49 e balttx-ii – asp49) isoladas do veneno da serpente bothrops alternatus sobre a funcionalidade de macrófagos peritoneais murinos elicitados
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SETÚBAL, Sulamita da Silva. Efeito do veneno bruto e de duas fosfolipases a2 (balttx-i – lys49 e balttx-ii – asp49) isoladas do veneno da serpente bothrops alternatus sobre a funcionalidade de macrófagos peritoneais murinos elicitados. 2010. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2010.
Autor
Setúbal, Sulamita da Silva
Zuliani, Juliana Pavan
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao programa de Pós-graduação em Biologia Experimental da Universidade Federal
de Rondônia, para obtenção do título de Mestre. Os venenos de serpentes da família Viperidae consistem em uma complexa
mistura de proteínas, peptídeos, lipídios, polissacarídeos e substâncias
inorgânicas. Várias miotoxinas, com características estruturais de fosfolipases A2
(FLA2s), foram isoladas dos venenos serpentes da família Viperidae. Os venenos
contêm FLA2s, que apresentam homologia estrutural com as de mamíferos. Essas
enzimas, por hidrolizarem fosfolipídio de membrana, liberam ácido araquidônico,
precursor de eicosanóides, segundos mensageiros de processos fisiológicos e
fisiopatológicos. Por catalizarem essas reações, as fosfolipases possuem
importantes funções em vários processos biológicos, através da formação de
segundos mensageiros que exercem ações biológicas importantes e transdução
de sinais celulares. Desse modo este estudo teve por objetivo avaliar o efeito de
duas FLA2s, isoladas do veneno de Bothrops alternatus, a miotoxina BaltTX-I,
uma Lys-49 catalíticamente inativa e a BaltTX-II, uma Asp-49 enzimaticamente
ativa, bem como o veneno bruto sobre a funcionalidade de macrófagos
peritoneais in vitro. Os resultados obtidos demonstraram que o tanto o veneno
quanto as toxinas não interferem na capacidade de adesão e no com o
descolamento dos macrófagos. Além disso, o veneno e a toxina BaltTX-I, mas
não a BaltTX-II, nas concentrações de 6, 3 e 1,5 µg/mL induziram o aumento da
taxa de fagocitose via receptor de complemento após uma hora de incubação.
Adicionalmente foi avaliada a participação da proteína kinase C (PKC) na
fagocitose via receptor de complemento. A inibição da PKC, pelo pré-tratamento
dos macrófagos com estaurosporina, aboliu a fagocitose induzida pelo veneno e
pela BaltTX-I. Ainda, o veneno bruto, assim como as duas toxinas induzem a
produção de superóxido, sugerindo que a atividade de fosfolipase não é essencial
para o desencadeamento desse efeito. Esses estudos contribuem para a melhor
compreensão da fisiopatologia do envenenamento e para o mecanismo de ação
do veneno botrópico e das fosfolipases, presentes nesses venenos, para a
ativação dos macrófagos.