Efeitos locais e sistêmicos de BdipTX-I, uma nova Fosfolipase A2 Lys-49 isolada do veneno da serpente Bothrops diporus
Registro en:
TEIXEIRA, Leda Fabiélen. Efeitos locais e sistêmicos de BdipTX-I, uma nova Fosfolipase A2 Lys-49 isolada do veneno da serpente Bothrops diporus. 2014. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós- Graduação em Biologia Experimental, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2014.
Autor
Teixeira, Leda Fabiélen
Zuliani, Juliana Pavan
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biologia Experimental da Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR para obtenção de Título de Mestre em Biologia Experimental.
Orientadora: Dr.ª Juliana P. Zuliani O presente trabalho teve como objetivo isolar as fosfolipases A2 (PLA2) básicas do veneno da serpente Bothrops diporus (VBd), avaliar e comparar as atividades edematogênica e miotóxica, bem como, os efeitos sistêmicos provocados tanto pela PLA2 isolada quanto pelo VBd em camundongos Swiss. Para tanto, o VBd foi submetido à duas etapas cromatográficas, sendo uma de troca iônica e uma de fase reversa. As frações obtidas foram analisadas quanto ao peso molecular por SDS-PAGE em gel de poliacrilamida 12,5% e quanto à atividade enzimática por hemólise indireta e atividade sobre o ácido 4-nitro-(3-octanoiloxi) benzóico (4N3OAB). Desse processo, foram obtidas duas PLA2, sendo uma Asp-49 (BdipTX-II) e uma Lys-49 (BdipTX-I). BdipTX-I e VBd foram então avaliados quanto à atividade biológica: efeitos locais (edema e miotoxicidade) e sistêmicos (efeitos sobre as funções hepática e renal). Os resultados obtidos mostraram que a atividade edematogênica, avaliada considerando-se o aumento percentual no volume das patas inoculadas com VBd ou BdipTX-I com relação as patas controle, foi significativo em todas as doses testadas tanto para BdipTX-I quanto para VBd, observando-se um aumento significativo do edema a partir de 0,5 hora nas duas doses de VBd (5 e 20 μg/pata) e na de 20 μg/pata de BdipTX-I, com pico na 1 hora e decaindo nas 24 horas, efeito não observado na dose de 20 μg/pata de VBd. Quanto a miotoxicidade, avaliada pelo aumento dos níveis séricos de creatina quinase (CK), CK-MB e lactato desidrogenase (LDH), os dados obtidos mostraram que o efeito de VBd é mais proeminente do que o de BdipTX-I. Os efeitos sistêmicos causados a partir da lesão local foram avaliados pela dosagem de marcadores laboratoriais específicos. Sendo utilizados: AST, ALT, GGT e FAL para avaliar a função hepática; níveis de ureia e creatinina séricos e urinários, excreção de proteínas e cálcio na urina para avaliar o dano renal. Lesões cardíacas e hepáticas não foram confirmadas, apesar de ter havido elevações nos níveis de LDH e AST. Contudo, BdipTX-I e VBd foram capazes de induzir alterações renais no modelo experimental testado, ocasionando proteinúria (induzida tanto por BdipTX-I quanto por VBd), além de uremia (presente no efeito de VBd, mas não de BdipTX-I). Deste modo, estabelece-se que as ações sistêmicas da proteína e do veneno ocorrem de forma diferenciada. Fato que, provavelmente, está relacionado aos outros componentes presentes no VBd. Este estudo além de ter propiciado o isolamento de duas PLA2 inéditas para o VBd, também traz informações adicionais acerca dos efeitos sistêmicos induzidos tanto pelo veneno quanto pela PLA2 isolada.