Educação especial inclusiva versus instituições especializadas: uma abordagem histórico-crítica das políticas educacionais em Ariquemes-RO
Autor
Ferrazzo, Gedeli
Gomes, Antônio Carlos Maciel de Oliveira
Institución
Resumen
Dissertação apresentada como parte do
requisito de aprovação no Programa de PósGraduação
Stricto Senso em Educação,
Mestrado Acadêmico em Educação da
Fundação Universidade Federal de Rondônia. O presente trabalho tem por objetivo analisar a educação especial inclusiva, ofertada
no ensino regular público, contrapondo-a à educação especial ofertada nas
instituições especializadas, a fim de verificar se o modelo inclusivo supera o modelo
especializado. Para alcançar tal objetivo, reconstruíram-se os fundamentos
epistemológicos da educação especial, identificando nessa o paradigma, a
concepção epistemológica em si, a teoria pedagógica, o enfoque na educação
especial e a repercussão no trabalho pedagógico, tendo como base Duarte (2001;
2003; 2008), Kassar (1998; 2009; 2011) e Saviani (2008; 2011). Esse arsenal serviu
de suporte para a elaboração do roteiro de observação e para a aplicação do survey
multifatorial dialogado a fim de caracterizar o processo de ensino desenvolvido pelos
professores nas instituições pesquisadas, a saber, Escola Municipal de Educação
Infantil e Ensino Fundamental Roberto Turbay e a instituição especializada em
educação especial APAE Ariquemes, ambas situadas no município de
Ariquemes/RO. Com base nos dados obtidos por meio da pesquisa empírica,
chegaram-se aos seguintes resultados: a) As concepções recorrentes na educação
especial se fundamentam nas pedagogias: construtivista, montessoriana,
pragmatista, comportamentalista, ecletismo e, ainda, na ausência de definição de
uma concepção específica; b) Tanto a educação especial inclusiva quanto a
especializada, com domínio teórico diferenciado, fazem uso do modelo médicopedagógico,
constituído de avaliação diagnóstica enquanto instrumento de
identificação apenas das dificuldades do aluno; de uma organização de caráter
funcionalista do trabalho pedagógico; e da avaliação dos processos de
desenvolvimento e aprendizagem que incide, necessariamente, em caracterizar as
necessidades específicas dos alunos, em detrimento de um acompanhamento
sistemático do processo de ensino aprendizagem; c) Falta de um embasamento
pedagógico específico, maior na escola pública, que oriente a prática pedagógica na
educação especial. Dessa forma, conclui-se que a proposta de educação especial
inclusiva, com base nesse levantamento de dados, não supera a proposta das
instituições especializadas, mas contraditoriamente colabora com a tese da
manutenção de um modelo médico-pedagógico, que historicamente determinou as
propostas pedagógicas para a educação especial.