Políticas Linguísticas e a prática discursiva no instrumento linguístico (OLPEF – memórias literárias)
Registro en:
SILVA, Eunice Gomes da. Políticas Linguísticas e a prática discursiva no instrumento linguístico (OLPEF - memórias literárias) . 2017. 109 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós - Graduação Mestrado Acadêmico em Letras. Universidade Federal de Rondônia - UNIR, Porto Velho, 2017.
Autor
Silva, Eunice Gomes da
Fragoso, Élcio Aloisio
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao programa de Mestrado Acadêmico em Letras, da Fundação Universidade Federal de Rondônia-UNIR, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Letras.
Orientador: Prof. Dr. Élcio Aloisio Fragoso.
Linha de pesquisa: Estudos de diversidade cultural. Esta pesquisa que tem como objeto de estudo as Olimpíadas de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, na categoria Memórias Literárias, edição 2016, faz uma reflexão e análise dos discursos presentes neste instrumento linguístico sobre a língua. O corpus deste trabalho é constituído por parte deste instrumento linguístico (caderno do professor e um recorte de cinco textos finalistas do concurso de redação da OLPEF-ML, colocado como “gênero textual” a ser trabalhado com alunos do 7º e 8º anos do ensino fundamental). Analisamos este material enquanto parte das políticas públicas de língua em âmbito nacional, instituídas e reconhecidas pelo ministério da educação em 2008 e que apresenta um discurso legitimado pelo poder público. Este trabalho tem como objetivo geral compreender como os professores e alunos se significam enquanto sujeitos, constroem e reconstroem seus dizeres no contexto de sala de aula, nas escolas e na sociedade diante das determinações impostas pelas políticas linguísticas apresentadas neste instrumento. Como objetivos específicos elencamos os seguintes: a) identificar em quais formações discursivas os dizeres dos sujeitos envolvidos neste processo de ensino estão fundamentados: b) Compreender os efeitos de sentido que estão sendo produzidos neste instrumento linguístico para a escola enquanto instituição e para o sujeito professor e aluno em suas práticas discursivas; c) Verificar as concepções de linguagem como suporte de ensino e aprendizagem, o funcionamento do discurso escolar inscrito neste instrumento linguístico e a interpelação a que os sujeitos estão expostos diante das condições de produção (que são dadas) pelo Estado. Como fundamentação teórico-metodológica, adotamos a Análise de Discurso sob a perspectiva de Michel Pêcheux e Eni Orlandi, articulada à metodologia da História das Ideias Linguísticas no Brasil. A partir deste dispositivo teórico-metodológico, fizemos uma reflexão sobre o funcionamento desse discurso, sua materialidade histórica. Partimos da teoria da Análise de Discurso e propomos uma reflexão discursiva dos conceitos teóricos das políticas linguísticas em seu funcionamento ideológico-institucional que regula o discurso, conferindo legalidade ao que pode e o que não pode ser dito e de que forma este discurso deve circular no âmbito educacional. Nossa análise nos levou a uma reflexão da forma como estes instrumentos linguísticos produzem a autoria desses discursos a partir do processo de institucionalização da língua. Portanto, estes recortes discursivos selecionados, por meio de oficinas, sequências didáticas e exercícios que trabalham uma política linguística, instituem sentidos, cujos efeitos produzidos objetivam formar uma homogeneidade da língua. Finalmente, as análises que empreendemos nos mostraram como a produção dessas políticas públicas interpelam os sujeitos professores e os sujeitos alunos em suas práticas discursivas.