Other
Proposta construtivista de integração ensino-serviço em oftalmologia na formação médica em Rondônia
Registro en:
KJAER, Valdemar Katayama. Proposta construtivista de integração ensino-serviço em oftalmologia na formação médica em Rondônia.2014. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Rondônia - UNIR, Porto Velho, 2014.
Autor
Kjaer, Valdemar Katayama
Silva, Lúcia Rejane Gomes da
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Rondônia-UNIR, como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Ensino em Ciências da Saúde. Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Rejane Gomes da Silva. Apesar da importância da visão para a qualidade de vida, poucos médicos não-especialistas
atuam na promoção da saúde ocular ou sabem tratar problemas oftalmológicos simples ou
urgentes. Através de uma pesquisa-ação, procuramos inserir e ao mesmo tempo avaliar uma
proposta de ensino prático da oftalmologia em ambiente de trabalho, lidando com as
dificuldades da realidade da assistência e as complexidades da ciência médica e das
interações humanas. Para isso, aplicaram-se os princípios da ética personalista e do
construtivismo interacionista, visando ao desenvolvimento cognitivo do aluno para uma
máxima autonomia intelectual que se harmonize com o comportamento ético e o
conhecimento médico global, ao mesmo tempo sistêmico e sistemático. Doze alunos
voluntários do 8º Período, já aprovados no curso teórico de oftalmologia, foram divididos em
grupos e introduzidos no ambiente de assistência oftalmológica do SUS, totalizando 16 horas
de prática. Também foram feitos três seminários, uma visita à clínica oftalmológica privada e
uma roda de conversa final. Os resultados confirmaram que o ensino transmissivo prévio foi
incapaz de desenvolver conhecimentos e competências em oftalmologia. Observou-se que a
realidade daquele ambiente de trabalho prejudicou a avaliação formativa e reduziu a
quantidade de casos vivenciados, reduzindo o potencial de construção de esquemas
cognitivos mais complexos. Os alunos preferiram esse método de ensino, porém não
demonstraram interesse ou capacidade de elaborar comparações mais aprofundadas com o
ensino tradicional. O desenvolvimento cognitivo de maior complexidade (metacognição) exige
do professor conhecimentos de psicologia e pedagogia que não são facilmente assimiláveis
e aplicáveis, exigindo grande motivação, para não transformar o ensino em cristalizador de
práticas correntes ou ferramenta para incutir habitus arbitrário, conformando o aluno segundo
propósitos que lhe são externos e eticamente questionáveis. Embora não seja ainda possível
avaliar os benefícios práticos para a assistência, formação acadêmica e ética dessa proposta,
os resultados foram positivos.