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A fossilização em vertebrados pleistocênicos de Araras, Rondônia e o desenvolvimento regional
Registro en:
ANDRADE, Luana Cardoso de. A fossilização em vertebrados pleistocênicos de Araras, Rondônia e o desenvolvimento regional. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós- Graduação- Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (PGDRA) da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) 82f. Porto Velho, 2013.
Autor
Andrade, Luana Cardoso de
Manies, Vanderlei
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação: Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (PGDRA) da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Orientador: Prof. Dr. Vanderlei Maniesi. Relações de microestruturas com a fossilização foram estudadas em fragmentos ósseos
pós-cranianos coletados entre as décadas de 1970 e 1990, pertencentes a indivíduos da
megafauna pleistocênica de Araras, Rondônia, com identificações anatômicas e taxonômicas,
utilização de técnicas de microscopia (petrografia e microscópia eletrônica de varredura-
MEV), determinação química (MEV com espectrômetro de energia dispersiva) e
reconhecimento de campo do local de coleta dos fósseis. Os estudos anatômicos e
taxonômicos mostraram a ocorrência fóssil de indivíduos da família Toxodontidae e da
espécie Eremotherium laurillardi (família Megatheriidae), corroborando com a proposição
atual para a região de um ambiente pleistocênico de floresta e de savana na região. As
análises microscópicas e químicas revelaram a carbonização como o processo de fossilização
que foi atuante nos espécimes de Araras, sendo constatada pela primeira vez em fósseis
vertebrados pleistocênicos provenientes de depósitos fluviais do rio Madeira. Caracterizamse
pela presença da matriz amorfa negra, possivelmente associada à desidratação e
empobrecimento de materiais voláteis do colágeno devido às condições redutoras do ambiente
que estiveram submetidos. O carbono como seu constituinte químico predominante apresenta
teores de 10,99% a 90,19%. Conteúdos menores de carbono, mesmo que superiores ou igual
a 10,99%, estão associados a porções da matriz amorfa negra com cristais submilimétricos de
quartzo, plagioclásio, óxido e hidróxido de ferro e zircão como prováveis infiltrações
externas, proporcionando a constatação de teores em porcentagem em peso de ferro,
manganês, magnésio, sílica e zircônio. A degradação microestrutural dos espécimes, quando
incipiente, exibe a matriz amorfa negra preenchendo apenas microestruturas (centro dos
canais de Havers e de Volkmann) e, quando em estágio mais avançado, degrada por completo
as microestruturas ósseas em favor da matriz amorfa negra. Dentre os elementos póscranianos
estudados, o fragmento da tíbia de Eremotherium laurillardi é que exibe o mais alto
grau de preservação histológica, tendo mais de 95% de suas microestruturas preservadas em
algumas de suas porções, diferenciando dos ossos de vertebrados atuais pela presença da
matriz amorfa negra e microfissuras. Seu elevado grau de preservação histológica mostrou
que o espécime de tíbia de Eremotherium laurillaridi pode ter pertencido a um indivíduo
jovem devido ao arranjo lamelar dos ósteons. Os conhecimentos paleoambientais de Araras
podem se constituir em uma significativa ferramenta no processo de desenvolvimento
regional no sentido de patrimônio cultural paleontológico, ampliando as probabilidades de
preservação dos espécimes de megafauna pleistocênica da região, podendo, assim, possibilitar
a formação de cidadãos mais comprometidos com a preservação deste patrimônio e sua
contribuição para o desenvolvimento regional.