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Amondawa: Uma análise sobre os marcadores territoriais linguísticos
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ANASTASSIOY, Cristiane de Almeida. Amondawa: Uma análise sobre os marcadores territoriais linguísticos. Dissertação (Mestrado em Geografia). Programa de Pós- Graduação- Mestrado em Geografia da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) 110p. Porto Velho, 2013.
Autor
Anastassioy, Cristiane de Almeida
Silva, Adnilson de Almeida
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação: Mestrado em Geografia da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Adnilson de Almeida Silva. Esta dissertação tem por objetivo geral analisar os marcadores territoriais linguísticos do povo
Amondawa, a partir de suas narrativas míticas e orais numa perspectiva etnogeográfica. A
base conceitual filosófica parte dos princípios das formas simbólicas desenvolvidas por Ernst
Cassirer, que permite uma aproximação com outras áreas de conhecimento como a Geografia
Cultural e a Linguística. Essa abordagem interdisciplinar é fundamental para a compreensão
dos aspectos territoriais do povo Amondawa, o que inclui as dimensões socioeconômicas,
ambientais e culturais. O trabalho foi construído por meio da pesquisa bibliográfica e
documental. As análises das narrativas míticas foram extraídas do banco de dados do Grupo
de Pesquisa em Línguas e Culturas Indígenas, Centro de Estudos da Linguagem, da
Universidade Federal de Rondônia. A problemática deste estudo está em relacionar a
linguagem com a geografia, uma vez que aquela por essência é metafórica e incapaz de
descrever as coisas diretamente, sendo estabelecida por signos e significados. Já a geografia
tem em sua linguagem uma relação de apropriação e de poder sob os fenômenos naturais.
Assim, há uma transformação do espaço natural para o espaço geográfico, que é projetado,
adaptado e modificado pela sociedade. O fio condutor dessas duas linguagens se dá por meio
das formas de descrição simbólica de Cassirer, pois se baseia em informações etnográficas.
Portanto, primeiramente, o sentido simbólico deve ser natural, e deve ser explicado como
sendo a verdade, unindo-se com a realidade. O simbolismo, como descrição linguística não é
só uma relação natural entre o ser e o não-ser, é o momento em que há uma relação de
identidade, é a manifestação do ser, é a fala, é o momento do desvelamento do ser. Tais
desdobramentos cabem perfeitamente aos estudos relacionados à temática indígena e podem
contribuir significativamente para o entendimento das culturas. Os Amondawa vivem na região
central de Rondônia, na área indígena Uru-Eu-Wau-Wau. A língua está classificada no Tronco
Tupi, Família Tupi-Guarani, Grupo Tupi Kawahib. Atualmente, o coletivo indígena conta com
cerca de cem pessoas, entre jovens e crianças. Todos são falantes de sua língua materna e
também se comunicam em português. Seus primeiros contatos com a sociedade não-indígena
datam de 1981.