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O reordenamento territorial da Amazônia brasileira sob a perspectiva da doutrina de segurança nacional.
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SILVA, Antenor Alves.O reordenamento territorial da Amazônia brasileira sob a perspectiva da doutrina de segurança nacional.Dissertação (Mestrado em Geografia). Programa de Pós- Graduação- Mestrado em Geografia da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) 149p. Porto Velho, 2011.
Autor
Silva, Josué da Costa
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação: Mestrado em Geografia da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Josué da Costa Silva. Pensar e discutir a dinâmica de reordenamento territorial da Amazônia
Brasileira, sob a luz do método geográfico, mas deslocada de uma “lógica maior”, é
impossível, haja vista toda a complexidade proporcionada pela interação dos fatores
espaciais, sociais, econômicos, políticos, históricos e ideológicos envolvidos.
Quando a compreensão do reordenamento territorial amazônico passa pelas
políticas públicas do Estado, sendo justificadas por necessidades coletivas como a
defesa e a segurança nacional, surge um novo problema a ser abordado: até que
ponto um território pode ser modificado em prol de uma ideologia que, em tese, é de
interesse de todo um povo, mas que, na prática, parte de um pequeno grupo que
busca atender às necessidades da “lógica maior” já pontuada? Nesse sentido, este
trabalho busca correlacionar reordenamento territorial, especificamente da Amazônia
Brasileira, com a ideologia de segurança nacional, a Doutrina de Segurança
Nacional, gerada na Escola Superior de Guerra, implantada e implementada pelos
militares a partir do golpe de 1964. Obviamente, essa sequência de fatos não se deu
subitamente, tampouco despretensiosamente. A contextualização do Brasil durante
o cenário político da “Guerra Fria”, imediatamente após a Segunda Guerra Mundial,
é condição preponderante para a compreensão da evolução dos fatos relacionados
ao principal problema deste trabalho. Tanto a execução da Operação Amazônia
quanto a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia podem ser
bons indicadores geopolíticos para constatação das ações reordenadoras
proporcionadas pela Doutrina de Segurança Nacional. Também é importante frisar
que as consequências ideológicas não se restringiram tão somente ao período 1964-
1985, no qual o Brasil foi governado pelos militares, mas extrapolam esse recorte
temporal, materializando-se em formas, rugosidades, com funções bem definidas na
conjuntura atual. Exemplo disso é a materialização espacial de estruturas como o
Radar da Amazônia, o Sistema de Vigilância da Amazônia e a dinâmica espacial de
unidades militares em direção à fronteira da Amazônia Internacional. Em outras
palavras, como a concepção de território evoluiu, a Amazônia jamais pôde ser a
mesma de antes.