As quebradeiras de coco babaçu e os desafios do uso sustentável da floresta: a luta pela terra pós democratização do Brasil e desenvolvimento econômico
Registro en:
MELO, Andréa Siqueira de. As quebradeiras de coco babaçu e os desafios do uso sustentável da floresta: a luta pela terra pós democratização do Brasil e desenvolvimento econômico.2022.130f. Dissertação (Mestrado em História das Populações Amazônicas) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em História das Populações Amazônicas, Porto Nacional, 2022.
Autor
Melo, Andréa Siqueira de
Institución
Resumen
This dissertation is focused on an investigation about the struggle for the preservation and
sustainable use of the babassu palm by coconut breakers in the far north of the State of
Tocantins, in an area called Bico do Papagaio. Its objective is to discuss the extractive
communities in this region that, through the struggle for land, play an important role in the
preservation of the babassu palm, which is for the coconut breakers the mother who supports
their children. The study consists of preparing a systematic review through the content analysis
of articles and academic publications on the topic of coconut breakers and the preservation of
the environment, as well as the struggle for land and thus the production of quantitative data on
the subject studied. In addition to gathering information from online publications such as
magazines, newspapers, articles and legislation. The final product will be the construction of a
photographic exhibition as pedagogical support material in the area of Human Sciences in the
teaching of History, for high school classes at CEM Professor Florêncio Aires in Porto
Nacional. The theme is of great importance for the local collective memory, coconut breaking
is a task passed down to generations and it gained greater visibility and recognition of the
identity of these communities with the Interstate Movement of Quebradeiras de Coco Babaçu
(MIQCB). The struggle for land is still an issue far from having a solution, even with the
approval of the Free Babaçu Law, the coconut breakers are still prevented from having access
to babassu trees, in a region where land conflicts are constant. However, through public policies,
associations and projects, it has been promoting economic, social and environmental
preservation changes. Da palmeira babaçu, nada se perde, tudo se aproveita. Dela, milhares de famílias tiram o seu
sustento. Da palha se faz cestos e chapéus. Das folhas, o teto das casas. Da casca, carvão e
artesanato. Do caule, adubo. Das amêndoas, óleo, azeite, sabão, leite de coco e farinha. É
chamada palmeira mãe, pois o tempo que leva da floração a queda do coco são exatos 9 meses.
A presente dissertação está centrada numa investigação acerca das Quebradeiras de Coco, pela
preservação, uso sustentável e no desenvolvimento econômico dos subprodutos do babaçu, na
região do extremo norte do Estado do Tocantins, área denominada como Bico do Papagaio. O
estudo teve por objetivo abordar sobre as comunidades extrativista desta região na luta pela
terra, onde assumem um papel importante por meio da criação da Lei do Babaçu Livre e
especificamente a RESEX do Extremo Norte, além do enfoque de representação de natureza
dada a importância que a palmeira tem para essas comunidades. A pesquisa com abordagem
qualitativa consistiu na elaboração de uma revisão bibliográfica sistemática, em artigos e
publicações acadêmicas sobre a temática, além do levantamento de informações em revistas,
jornais e legislação. Foram utilizadas como método de pesquisa a história oral, que consistiu na
gravação de depoimentos através de roteiro de entrevistas semiestruturadas, baseadas nas
memórias individuais, coleta de imagens e na análise de conteúdo. O produto final será a
construção de exposição fotográfica como material de apoio pedagógico na área de Ciências
Humanas no ensino de História, para turmas do Ensino Médio no CEM Professor Florêncio
Aires de Porto Nacional. O tema tem grande importância para a memória coletiva local, a
quebra do coco é uma tarefa passada a gerações e ganhou maior visibilidade e valorização de
identidade dessas comunidades com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco
Babaçu (MIQCB). A luta pela terra ainda é uma questão longe de ter uma solução mesmo com
a aprovação da Lei do Babaçu Livre e na criação da Reserva Extrativista, as Quebradeiras de
Coco ainda se veem impedidas de ter acesso aos babaçuais, numa região onde os conflitos por
terra são constantes. Entretanto, por intermédio de políticas públicas, associações e projetos
vem fomentando mudanças econômicas, sociais e de preservação ambiental.