Monografia
Práticas de resistência e protagonismo de mulheres indígenas apinayé: da escola ao ensino superior
Registro en:
Apinagé, Andressa Irembete Pereira da Silva. Práticas de resistência e protagonismo de mulheres indígenas apinayé: da escola ao ensino superior. 2020. 100 f. Monografia (Graduação) Fundação Universidade Federal do Tocantins, Curso de Pedagogia - Campus Universitário de Tocantinópolis TO.
Autor
Apinagé, Andressa Irembete Pereira da Silva
Institución
Resumen
The objective of this study, which investigated the resistance and protagonism practices of
Apinayé indigenous women (Macro-Jê), was to verify how Apinayé indigenous women express
power and resistance in the schooling process and in higher education. Therefore, it was
necessary to characterize the social and political condition of Apinayé indigenous women; to
identify the social struggles experienced by these women in their relations with non-indigenous
society in the struggle to guarantee rights; and to identify the main challenges experienced in
the schooling process and in higher education. Methodologically, it is characterized as a Case
Study of the Ethnographic Type, whose approach is qualitative, carried out with four Apinayé
indigenous women from the villages Aldeinha, Botica and Cipozal, located in the Apinayé
Indigenous Land, in the northern state of Tocantins. Semi-structured interviews and the
questionnaire were used as data collection instruments. The study presents the Decolonial
perspective as a critical theoretical basis for reflection and makes approximations with
Decolonial Feminism. The results of the study show that many things have changed since the
acceptance of Apinayé women's voices in the villages. They are increasingly aware of their
strength and representation and have occupied a prominent place in decisions regarding the
improvement of the quality of life of their people. The main challenges experienced in the
schooling process and in higher education were displacement to cities, linguistic boundaries,
prejudice and discrimination from non-indigenous society and difficulties in associating studies
with the duties of an indigenous woman. O objetivo deste estudo que investigou práticas de resistência e protagonismo de mulheres
indígenas Apinayé (Macro-Jê) foi verificar como as mulheres indígenas Apinayé expressam
poder e resistência no processo de escolarização e no ensino superior. Para tanto, foi necessário
caracterizar a condição social e política da mulher indígena Apinayé; identificar os embates
sociais vivenciados por essas mulheres nas relações com a sociedade não indígena na luta pela
garantia de direitos; e identificar os principais desafios vivenciados no processo de
escolarização e no ensino superior. Metodologicamente, caracteriza-se como um Estudo de
Caso do Tipo Etnográfico, cuja abordagem é qualitativa, realizado com quatro mulheres
indígenas Apinayé das aldeias Aldeinha, Botica e Cipozal, localizadas na Terra Indígena
Apinayé, no Norte do estado do Tocantins, com as quais estabelecemos um diálogo. Utilizouse
como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada e o questionário. O estudo
apresenta como base teórica crítica de reflexão a perspectiva Decolonial e faz aproximações
com o Feminismo Decolonial. Os resultados do estudo evidenciam que muitas coisas mudaram
a partir da aceitação das vozes das mulheres Apinayé nas aldeias. Elas estão cada vez mais
cientes de sua força e representação e têm ocupado um lugar de destaque nas decisões que
dizem respeito à melhoria da qualidade de vida de seu povo. Os principais desafios vivenciados
no processo de escolarização e no ensino superior foram o deslocamento para as cidades, as
fronteiras linguísticas, o preconceito e a discriminação da sociedade não indígena e as
dificuldades para associar os estudos com as atribuições de uma mulher indígena.