An intriguing question for many thinkers concerns the way in which scientific Knowledge evolves,how advances in science take place. One of the possible answers was proposed by the French philosopher Gaston Bachelard, who considers that the progress of science occurs from rupture, and that this process is permeated by epistemological obstacles. The mathematical educator Guy Brousseau was the first to address the notion of epistemological obstacle in mathematics. The objective of this work is to know the epistemological obstacles inherent to the concept of fraction. Thus, this research is supported by the theoretical perspectives of Bachelard and Brousseau. This is a bibliographical research, with a qualitative approach, with scope in the state of knowledge.This study presents two complementary movements, the first one constitutes a theoretical foundation, based on the studies of theories that deal with obstacles and with a closer look at the concept of fraction in ancient civilizations.The second movement conceives a literature review based on the analysis of academic productions and a 6th grade math textbook, year of elementary school.To survey the productions, the Theses and Dissertations Catalog of the Higher Education Personnel Coordination was used, with a temporal reversal from 2006 to 2020, in which five (5) dissertations were found that meet the scope of the research.Once the studies were carried out, we encountered obstacles inherent to the concept of fraction: from the theoretical foundation and according to Bachelard, we have the obstacle of the first experience and the verbal obstacle, in academic productions and in the textbook, we identify the educational obstacles of didactic, ontogenic and epistemological origin that Brousseau deals with.Uma questão instigante para muitos pensadores diz respeito a maneira como se dá a evolução do conhecimento científico, como acontecem os avanços na Ciência. Uma das possíveis respostas foi proposta pelo filósofo francês Gaston Bachelard, o qual considera que o progresso da Ciência ocorre a partir de ruptura, e que esse processo é permeado por obstáculos epistemológicos. O educador matemático Guy Brousseau foi o primeiro a abordar a noção de obstáculo epistemológico na relação com o ensino e a aprendizagem da Matemática. O objetivo deste trabalho é conhecer os obstáculos epistemológicos inerentes ao conceito de fração. Assim, esta pesquisa apoia-se nas perspectivas teóricas de Bachelard e de Brousseau. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa com escopo no estado do conhecimento. Este estudo compõe-se de dois movimentos complementares, o primeiro constitui-se numa fundamentação teórica baseada nos estudos das teorias que tratam dos obstáculos e com olhar mais atento em relação ao conceito de fração em civilizações antigas. O segundo movimento concebe uma revisão de literatura a partir da análise de dissertações e de um livro didático de Matemática do 6º ano do Ensino Fundamental. Para o levantamento das produções, foi utilizado o Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Pessoal de Nível Superior, com recorte temporal de 2006 a 2020, em que foram encontradas 5 (cinco) dissertações que atendem ao escopo da pesquisa. Uma vez realizados os estudos, encontrou-se obstáculos inerentes ao conceito de fração: a partir da fundamentação teórica e conforme Bachelard, temos o obstáculo da experiência primeira e o obstáculo verbal; nas produções acadêmicas e no livro didático, identificou-se os obstáculos didáticos de origem didática, ontogênica e epistemológica de que trata Brousseau. Dentre os obstáculos epistemológicos inerentes ao conceito de fração, destacou-se o conhecimento dos naturais. A leitura e interpretação simples associada a processos de contagem ou de medição faz com que este conhecimento seja um obstáculo ao estabelecimento do número fracionário, oriundo de uma ideia complexa a de ‘partição de algo’, em que sua leitura envolve uma interpretação.