Dissertação
Medidas de diversidade de plantas aplicadas na diferenciação de tipos de uso da terra na Amazônia Oriental.
Registro en:
DIAS, Carlos Henrique Saraiva. Medidas de diversidade de plantas aplicadas na diferenciação de tipos de uso da terra na Amazônia Oriental. Orientadora: Izildinha Souza Miranda. 2020. 124 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2020.
Autor
DIAS, Carlos Henrique Saraiva
Institución
Resumen
Medir a diversidade pode auxiliar na avaliação dos impactos antrópicos e nas estratégias de
conservação em paisagens modificadas pelo ser humano o problema é que além dos custos
envolvidos no levantamento de dados, muitas vezes o valor da diversidade encontrada depende
da medida utilizada e das métricas de resposta, o que dificulta a comparação entre diferentes
comunidades. Neste sentido, este trabalho objetivou avaliar medidas de diversidade de plantas
para diferenciar a cobertura de tipos de uso da terra na Amazônia Oriental. O estudo foi
realizado nos municípios de Acará, Bujaru, Tailândia e Tome-açu, na região do Vale do Rio
Acará, estado do Pará. Nesta região, 20 propriedades de pequenos produtores rurais familiares
foram escolhidas e nelas foram estabelecidas parcelas onde foi inventariada a cobertura vegetal
dos principais tipos de usos do solo: floresta, floresta secundária, sistemas agroflorestais, roças,
plantios de dendê e pastagens. O inventário da vegetação foi realizado em três estratos verticais:
superior, médio e inferior. Foram calculadas 36 medidas de diversidade em cada estrato,
considerando quatro categorias de medidas: riqueza, uniformidade, heterogeneidade e
estimadores. Os métodos de avaliação das medidas e de comparação entre os tipos de usos
variaram conforme a categoria da medida. Nem todas as medidas conseguem diferenciar a
cobertura vegetal encontrada nos tipos de usos da terra, indicando que alguns usos possuem a
mesma diversidade; e, as medidas que conseguem essa diferenciação variam entre os estratos.
Há um aumento do número de medidas que diferenciam os tipos de usos a partir do estrato
inferior (duas medidas) para o estrato superior (26). Algumas medidas merecem destaque por
realizarem maior diferenciação em dois estratos: ACE e Bootstrap (nos estratos inferior e
superior), e Alfa de Fisher e Jacknife 2 (nos estratos médio e superior). Os estratos mostraram
resultados distintos, como grupos taxonômicos distintos. O uso padronizado de uma dessas
medidas deve ser um princípio metodológico a ser seguido, mas a importância da escolha da
medida de diversidade para a diferenciação e ordenação das comunidades é também muito
importante, pois os resultados variam entre as medidas e isso leva a diferentes resultados na
avaliação de perdas de espécies e consequentemente o potencial de conservação de um
determinado tipo de uso. Measuring diversity can assist in the assessment of human impacts and in conservation
strategies in human-modified landscapes; the problem is that in addition to the costs involved
in collecting data, the value of the diversity found often depends on the measure used and the
response metrics, which makes it difficult to compare different communities. In this sense, this
work aimed to evaluate measures of plant diversity to differentiate the vegetation cover of types
of land use in the Eastern Amazon. The study was carried out in the municipalities of Acará,
Bujaru, Thailand and Tome-açu, in the region of Vale do Rio Acará. In this region, 20 small
family farmers were chosen and in them plots were established where the vegetation cover was
inventoried in the main types of land uses: forest, secondary forest, agroforestry systems, annual
crops, oil palm plantations and pastures. The vegetation inventory was carried out in three
vertical strata: upper, middle and lower. 36 diversity measures were calculated in each stratum,
considering four categories of measures: richness, uniformity, heterogeneity and richness
estimators. The methods of evaluating measures and comparing the types of uses varied
according to the category of the measure. Not all measures are able to differentiate the
vegetation cover found in the types of land uses, indicating that some uses have the same
diversity; and, the measures that achieve this differentiation vary between strata. There is an
increase in the number of measures that differentiate the types of uses from the lower layer (two
measures) to the upper layer (26). Some measures are noteworthy for performing greater
differentiation in two strata: ACE and Bootstrap (in the lower and upper strata), and Fisher's
Alpha and Jacknife 2 (in the middle and upper strata). The strata showed different results, as
distinct taxonomic groups. The standardized use of one of these measures must be a
methodological principle to be followed, but the importance of choosing the diversity measure
for the differentiation and ordering of communities is also very important, as the results vary
between the measures and this leads to different results in the evaluation of species losses and,
consequently, the conservation potential of a certain type of use.