Technical Report
Cachoeiro de Itapemirim: folha SF.24-V-A-V
Registro en:
SILVA, Jodauro Nery da (Org.). Cachoeiro de Itapemirim: folha SF.24-V-A-V: estado do Espírito Santo: texto explicativo. Brasília: DNPM; CPRM, 1993. Escala 1:100.000. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - PLGB.
Autor
SILVA, Jodauro Nery da
Institución
Resumen
O presente trabalho, integrante do Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - PLGB, que vem sendo executado pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM para o Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM, compreendeu o mapeamento geológico sistemático da Folha Cachoeiro de Itapemirim (SF.24-V-A-V), situada na região sul do Estado do Espírito Santos. Este mapeamento, integrado com os levantamentos geoquímico e geofísico, resultou na produção de cartas geológica e metalogenética-previsional, com densidade de informações compatível com a escala 1:100.000.
A Folha Cachoeiro de Itapemirim está inserida em dois contextos geotectônicos de origem e idade distintas: o Domínio da Crosta Inferior, constituído de terrenos arqueanos, e o Domínio da Supra-estrutura da Crosta Intermediária, representado por terrenos proterozóicos.
Os litótipos do Domínio da Crosta Inferior são muito pouco expressivos na área, observando-se uma minúscula faixa no extremo NW de rochas granulíticas do Complexo Juiz de Fora balizada pelo Lineamento Guaçuí, de caráter dextral.
No Domínio da Supra-estrutura da Crosta Intermediária os litótipos foram agrupados em cinco conjuntos distintos: Complexo Paraíba do Sul; Granitóides Sin a Tardi-tangenciais; Intrusivas Ácidas, Intermediárias Tardi a Pós-Transcorrentes; Intrusivas Ácidas Pós-Transcorrentes e Intrusivas Básicas.
O Complexo Paraíba do Sul foi subdividido em cinco unidades. Duas com características francamente paraderivadas, representadas por gnaisses aluminosos, biotita gnaisses e quartzitos, e as outras três compostas dominantemente por ortognaisses de composição granodiorítica a tonalítica, de caráter calcialcalino, metaluminoso e peraluminoso e com imbricações de metassedimentos, tais como rochas calcassilicáticas, mármores e quartzitos. Os componentes ortoderivados parecem constituir um grande batólito, sendo representados por anfibólio-biotita gnaisses bandados, com foliação de transposição St bem desenvolvida e fácies metamórfica anfibolito. São identificadas três fases de deformação, denominadas: D1 - fase de transposição; D2 - cisalhamento de alto ângulo; e D3 - dobramento aberto.
Os Granitóides Sin a Tardi-tangenciais constituem três unidades litológicas de composição granítica a tonalítica, de aspecto granítico, com foliação incipiente.
As Intrusivas Ácidas, Intermediárias e Básicas Tardi a Pós-Transcorrentes estão representadas pelos maciços intrusivos de composição granítica, granodiorítica, diorítica e gábrica. Em alguns corpos, como no Maciço Santa Angélica, coexistem rochas ácidas e básicas, resultado da mistura de magmas de origem mantélica, evoluídos através da diferenciação e fusão subcrustal.
As Intrusivas Ácidas Pós-Transcorrentes estão materializadas por diques de espessuras centimétricas a decamétricas e de extensão variada, sendo de composição granítica e quartzomonzonítica e de granulação fina a média.
O último evento magmático (Intrusivas Básicas) detectado na área é representado pelos diques de diabásio, de provável idade jurássica, com espessuras centimétricas, sendo todavia bastante escassos na área.
Sobrejacente a todos os outros litótipos cristalinos ocorrem, em sítios localizados, depósitos aluvionares, ao longo das principais drenagens, e restritos depósitos coluvionares.
A análise conjugada dos mapas aeromagnetométricos e dos perfis gravimétricos terrestres proporcionou o entendimento da forma e profundidade dos corpos geológicos, das variações da espessura da crosta superior e das descontinuidades estruturais, profundas.
A prospecção geoquímica regional, com base na amostragem de sedimentos de corrente e concentrados de bateia, permitiu individualizar três faixas anômalas com potencial prospectivo para ouro e/ou sulfetos, as quais estão de alguma forma ligadas aos maciços graníticos.
A carta metalogenética-previsional apresenta 13 áreas de interesse para a prospecção mineral, selecionadas a partir da integração multidisciplinar das informações geológicas, geoquímicas e geofísicas, além das do cadastramento mineral. Dentre as áreas selecionadas, duas são indicadas para Au e/ou sulfetos, cinco para mármore e sete para granito como pedra ornamental.