Report of Mineral Resources
Projeto de reavaliação do patrimônio mineral, área Calcário Aveiro: estado do Pará
Registro en:
PESSOA, Jairo Cléber de Oliveira; MENEZES, Ricardo Gallart de; WOSNIAK, Ricardo; SILVA, Gustavo Alexandre; SARDOU FILHO, Ruben; CHAVES, César Lisboa (org.). Projeto de reavaliação do patrimônio mineral, área Calcário Aveiro: estado do Pará. Brasília: CPRM, 2022. (Série Províncias minerais do Brasil; 34).
978-65-5664-252-9
Autor
PESSOA, Jairo Cléber de Oliveira
MENEZES, Ricardo Gallart de
WOSNIAK, Ricardo
SILVA, Gustavo Alexandre
SARDOU FILHO, Ruben
CHAVES, César Lisboa
Institución
Resumen
A área de pesquisa com as jazidas de calcário titulada à CPRM está situada no interflúvio formado entre a bacia do alto curso rio Cupari e pelos afluentes pela margem direita do rio Tapajós, no município de Aveiro, estado do Pará. É relativa ao processo DNPM 807.564/76, com 998,20 hectares, o qual, juntamente com os processos 801.847/75, 802.605/75, 802.606/75 e 811.406/75, foram alvo do denominado Projeto Aveiro, desenvolvido pela CPRM na década de 1970. É importante ressaltar, porém, conforme o sistema de informações de controle de áreas da ANM, que o único processo com relatório final de pesquisa aprovado relacionado ao calcário de Aveiro e outorgado à CPRM é o de número 807.564/76, que tem como substância-alvo o magnésio. Portanto, todos os dados e informações apresentados no relatório são exclusivos a essa área. No contexto geológico local os depósitos de calcário estão inseridos na Formação Itaituba (Grupo Tapajós), onde predominam na sua porção basal na forma de camadas lenticulares sub-horizontais com espessuras variadas, que atingem dezenas de metros, contendo intercalações subordinadas de folhelhos, siltitos e arenitos. Em sentido ao topo da Formação Itaituba passam a prevalecer unidades siliciclásticas formadas por intercalações entre folhelhos, arenitos e siltitos, além de níveis de anidrita nodular, com a rocha calcária presente de forma mais restrita. O capeamento, muito irregular, comumente é formado por material argilo- -arenoso cinza a amarelado, que pode atingir até 30 m ou estar completamente ausente, com a rocha calcária exposta na forma de pequenos bancos e calotas, com blocos dispersos superficialmente, com frequentes feições de erosão cárstica. As rochas carbonáticas compreendem calcários e dolomitos (MgO >10%), com amplo predomínio dos termos calcíticos, e ocorrem intercalados entre si, apresentando colorações que variam do cinza-esbranquiçado passando pelo creme até cinza-escuro. São rochas, em geral, compactas, fossilíferas, podendo conter impurezas argilosas, sendo classificados em termos da granulometria como variando de calcilutitos a calcarenitos e textura desde de micrítica a granular, até oolítica. Estratificações plano-paralelas, estilólitos e concreções silicosas por substituição são feições comuns associadas às camadas calcárias, assim como cavidades e fraturas preenchidas por calcita granular (sacaroide). O termo mais calcítico é classificado como um biocalcarenito esbranquiçado, poroso, microfossilífero e algo argiloso. A Formação Itaituba foi depositada em ambiente marinho raso a planície de inframaré, correspondendo a uma sequência químico-evaporítica localizada no flanco sul da bacia intracratônica do Amazonas com idade atribuída ao Carbonífero Médio (Pensilvaniano). Os recursos globais de rocha carbonática obtidos pelos trabalhos da modelagem indicaram uma quantidade da ordem de 585 milhões de toneladas, sendo classificados como recursos inferidos. Os teores médios obtidos para os óxidos de Ca e Mg foram, respectivamente, de 43,15% e 5,67%, indicando a prevalência dos termos calcíticos. Em relação aos teores médios do Al2O3, SiO2 e Fe2O3 os valores encontrados, respectivamente, de 0,97%, 6,17% e 0,82%, retratam calcários relativamente com baixo grau de impurezas. Análises realizadas em amostras exclusivamente calcárias (sensu strictu) forneceram teores médios para os óxidos de Ca e de Mg, de 46,87% e 3,73%, respectivamente, enquanto daquelas classificadas como dolomíticas os valores respectivos para esses mesmos óxidos foram de 29,95% e 14,71%. Os recursos obtidos foram classificados como recursos inferidos por se tratarem de dados históricos, em que requisitos mínimos não foram atendidos, conforme exigem os códigos e normas internacionais.